14. ESTUDO DOS NÍVEIS TENSIONAIS DA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA EM PRIMEIRA CONSULTA AMBULATORIAL

Autor:Reis R.; Montes FE.F; Carvalho Jr. M.; Ferro T; Campos Z; Leite M.FM.F; Kaufman A.

Liga de Hipertensão Arterial da UNIGRANRIO, Rio de Janeiro.
O objetivo do presente trabalho é destacar a importância da aferição rotineira da pressão arterial nas consultas pediátricas e avaliar a incidência de hipertensão sistólica no primeiro atendimento ambulatorial nestes pacientes. Foram levantados dados de peso, altura, sexo, idade, pressão arterial sistólica e queixa principal (QP) na primeira consulta de 5049 pacientes atendidos no ambulatório de pediatria da UNIGRANRIO no período de janeiro de 2000 a julho de 2002. Foram estudados 3381 pacientes com idades de 3 a 20 anos e avaliado o P90 e P95 de pressão arterial sistólica (PAS) de acordo com a tabela da Sociedade Americana de Pediatria (Task Force 1996). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado e correlacionado com a pressão arterial. Entre os 3381 pacientes acima de 3 anos 1652 eram do sexo masculino (48,8 %) e a PA foi aferida em 2146 (63,4%). Dentre os pacientes com PA aferida, 96 (0,4%) apresentavam PAS entre os percentis 90 e 95 para idade/altura e 144 (0,6%) PÁS maior que o P95. Não houve correlação entre a QP e a presença de hipertensão arterial sistólica (HAS) ao exame físico, assim como, não houve correlação entre obesidade e HAS. A incidência de obesidade na população foi 0,09 % e nos pacientes do grupo de estudo 0,04%, contudo a incidência de sobrepeso entre estes pacientes (13 %) foi quase 10 vezes maior que na população geral (0,2 %), dado significativo. A verificação rotineira da pressão arterial nas consultas pediátricas é de fundamental importância. Trata-se de uma forma simples e não onerosa de identificar precocemente a população de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial, não importando a queixa principal que motivou a consulta.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003