17. OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA E A RELAÇÃO COM AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS DO ADULTO

Autor:Chaves, C.; Outerelo, M.; Novais, E.; Maciel, C.; Campos T

Instituto Fernandes Figueira/ FIOFRU, Rio de Janeiro
O processo aterosclerótico na aorta e nas artérias coronárias inicia-se muito cedo, na infância e adolescência, e é acelerado na presença de fatores de risco modificáveis. O principal deles é a obesidade, reconhecida pelo “National Cholesterol Education Program e pela “American Heart Association” como fator de risco independente para Doença Arterial Coronariana (D. A. C.) devido sua associação com hipertensão arterial, alterações no metabolismo lipídico e glicídico. O objetivo deste estudo foi demonstrar as alterações do perfil lipídico em crianças e adolescentes obesos. Foram avaliadas 108 crianças obesas com média de idade de 6,5 2,1 anos e 125 adolescentes obesos com média de idade de 12,3 1,8 anos e de ambos os sexos atendidos no ambulatório de nutrição no período de 1992 a 2001. O diagnostico de obesidade foi feito pelo índice de massa corporal (maior que o Percentil 95) para adolescentes e peso/estatura para crianças utilizando o Z escore. As análises laboratoriais foram executadas no setor de Bioquímica do Departamento de Patologia. Os níveis de colesterol total e Colesterol HDL, triglicerídeos foram definidos pelo método enzimático e LDL-colesterol foi obtido por cálculo, utilizando a fórmula de Friedewald,. As dosagens foram realizadas após jejum de 12 horas. Os valores foram considerados de acordo com o preconizado pelo National Institute Health aumento leve de colesterol total níveis de 170 a 184mg/dl, moderado níveis de 185 a 199mg/dl e grave níveis iguais ou maiores que 200mg/dl. Os triglicerídeos foram considerados normais até 100mg/dl para menores de 10 anos, e menores que 130 mg/dl para maiores de 10 anos. O HDL-col maior que 40mg/dl foi considerado desejável para crianças até 9 anos e maior que 35 mg/dl para maiores de 9 anos. O ponto de corte do LDLCol foi 130mg/dl para todas as idades. A analise estatística utilizou o test T e o Qui quadrado e o nível de significância de P 0.05. O resultado do estudo mostrou que 38,8% as crianças apresentaram aumento do Coltotal (28,5 % leve, 23,5 % moderado e 48 % grave), 14,8% aumento do LDL-col, 21,6 % aumento dos Tg e 37,9 % HDL-col baixo. B que 53,6 % adolescentes apresentaram aumento do Col-Total (28,35 % leve, 34,65 % moderado e 37% grave), 21,6% aumento do LDLcol, 42 % aumento dos Tg e 27,2 %.com HDL-col baixo Conclusão A obesidade na infância e na adolescência leva ao aumento dos níveis de gordura no sangue e evidencia os primeiros sinais de futuros problemas cardíacos. Isto aponta para a necessidade de prevenção e tratamento da obesidade na infância e adolescência para a redução de doenças crônicas degenerativas do adulto, que são responsáveis por grande parte da morbimortalidade no nosso século.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003