27. A ASSISTÊNCIA PRATICADA PELA APIC, ATRAVÉS DO CRACF – CENTRO DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIA CONGÊNITA DA FACE AOS PORTADORES DE MÃ-FORMAÇÃO CONGÊNITA LABIOPALATAIS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ

Autor:Cavalcante Lima, L.; Albernaz, E.

Instituição: APIC Associação de Proteção à Infância de Campos
Segundo a estimativa da Organização Mundial de Saúde relativa a países em desenvolvimento, apenas 2 % da população com deficiência é regularmente atendida pela rede prestadora de serviço. A criação do CRACF em 1994, vem ao encontro desta precariedade dando assistência aos portadores de anomalias congênitas da face, especialmente os pacientes com fissura labiopalatal, que se apresenta com uma prevalência em nosso meio de 1: 650 indivíduos. A prestação de serviço do CRACF objetiva a reabilitação estético-funcional, integração psico-social e orientação às famílias dos portadores de tais anomalias. O CRACF implantou junto às maternidades do município o Serviço S.O.S Fissurado, para estabelecer o contato entre a equipe interdisciplinar e o paciente recém-nato. Ainda na maternidade, o portador da fissura é atendido pela assistente social, fonoaudióloga e psicóloga que presta suporte aos profissionais da unidade hospitalar e encaminham o paciente e sua família ao núcleo de atendimento do CRACF para dar inicio ao tratamento reabilitador pela equipe profissional formada de cirurgião plástico, pediatra, assistente social, neuropediatra, fonoaudióloga, psicóloga, nutricionista, cirurgião-dentista nas suas várias especialidades, otorrinolaringologista, fisioterapeuta, endocrinologista e terapeuta ocupacional. O CRACF apresenta-se com 428 pacientes cadastrados procedentes do próprio município, de cidades e estados vizinhos. Dentre os tipos de fissuras orofaciais, a incidência é de 47 % de fissuras transforame, 29 % de fissuras pós forame e 24% de fissuras pré forame. Desde a implantação deste Centro, 95 % dos pacientes foram atendidos pelo setor de serviço social, 78 % pelo setor de cirurgia plástica, 82 % pelo setor de pediatria, 64% pelo setor de nutrição, 77 % pelo setor de fonoaudiologia, 62 % pelo setor de odontologia, 69 % pelo setor de psicologia, 9 % pelo setor de otorrinolaringologia, 1 % pelo setor de fisioterapia, 11 % pelo setor de neuropediatria e 95 % pela terapia ocupacional. A presença do Centro de Reabilitação de Anomalias Congênitas da Face em nossa comunidade, presta atendimento a uma população outrora desassistida, oferecendo tratamento reabllitador dentro dos padrões técnicos e científicos, independentemente das condições socioeconômicas, credos e raças, desta forma, contribuindo para o processo de aceitação e integração social do portador de má-formação congênita labiopalatal.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003