30. TRATAMENTO CIRÚRGICO DE CARDIOPATIAS EM CRIANÇAS: REVISÃO DE 10 ANOS

Autor:Rangel, L; Barbosa, R.C.; Soares, E; Rodrigues, S; Fukuyama, L.; Weitzel, E.; Proença, A.; Duarte, M.C.; Méier, M.; Barbero, M.

Clínica Cardiológica Infantil / Hospital Pró Cardíaco. Rio de Janeiro, RJ.
Introdução: Atualmente, com os avanços tecnológicos, o tratamento cirúrgico das cardiopatias em crianças é realizado em diversos centros especializados. Objetivo: demonstrar os resultados, a curto prazo, da correção cirúrgica das cardiopatias em crianças. Método: estudo retrospectivo, através da análise dos prontuários de crianças internadas num hospital terciário, e que foram submetidos à cirurgia cardíaca no período de 07/1992 à 12/2002. Resultados: foram analisados 723 cirurgias, 394 (54,5%) realizadas no sexo masculino e 329 (45,5 %) no sexo feminino, com idade variando de 2 dias de vida a 27 anos, e peso entre 1.750 g e 88 Kg. Do total de cirurgias, 530 (73,3 %) utilizaram circulação extra corpórea. Das 723 crianças operadas, 77 (10,6 %) foram submetidas a cirurgias paliativas. As cardiopatias acianogênicas corresponderam a 69,5 % (503) do total de cirurgias, sendo as mais freqüentes a comunicação interventricular (17,8 %), comunicação inter atrial (14,1 %), persistência do canal arterial (8,9 %), defeito do septo átrio ventricular (8,7 %), coarctação da aorta (5,8 %), insuficiência mural (2,6 %), estenose pulmonar com comunicação inter atrial (2,6 %), e obstrução sub aórtica por membrana (2,3 %). As cardiopatias cianogênicas corresponderam a 30,5 % (220) das cirurgias realizadas, foram mais freqüentes, a tetralogia de Fallot (10,5 %), transposição de grandes vasos (3,3%), atresia pulmonar (2,6%) e atresia tricúspide (2 %). As complicações apresentadas foram disfunção ventricular (5,1 %), derrame pleural (2 %), arritmia (1,9 %), Infecção (1,5 %), derrame pericárdico (1,3 %) e quilotórax (0,4%). 17 crianças (2,3 %) evoluíram no pós-operatório imediato com BAVT e 2 (0,2 %) necessitaram de marcapasso definitivo. O tempo de internação variou de 2 a 39 dias, com média de 8 dias. Ocorreram 33 óbitos (4,5 %). Conclusão: A mortalidade de 4,3 % nas cirurgias realizadas na instituição em 10 anos é aceitável por estarem incluídos neste grupo, crianças com peso abaixo de 5Kg, e cardiopatias complexas submetidas à cirurgias com circulação extracorporea.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003