Um tema bastante discutido entre os profissionais que cuidam da saúde de crianças e adolescentes é o uso de celulares e outros eletrônicos por essa faixa etária. A SOPERJ, junto com a Sociedade Brasileira de Pediatria, vem realizando ao longo dos anos importantes debates sobre a questão.
O assunto foi um dos destaques do último CONSOPERJ e citado no manual sobre adolescência, produzido este ano pela Sociedade. Já na SBP, há documentos científicos, no site, para orientar pais e pediatras sobre a temática.
Recentemente, a questão foi colocada novamente em evidência durante o Congresso Brasileiro de Pediatria, realizado no Rio Grande do Sul. Durante o evento, os pediatras foram convidados a participar do abaixo-assinado para um projeto de lei, que visa alertar para o risco que a utilização excessiva de celulares, tablets e computadores pode causar a saúde.
Dados e recomendações
A SBP destaca que o avanço da tecnologia apresenta benefícios, mas também riscos para a saúde. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes pode prejudicar o desenvolvimento deles e afetar o sono, o aprendizado, o sistema hormonal, estimular o sedentarismo, entre outros problemas.
Estudos apontam que o celular é o principal dispositivo usado por crianças e adolescentes. Com isso, ele é o principal meio de acesso para a internet. Na faixa etária de 9 a 17 anos a porcentagem chega a mais de 80%, enquanto que entre 0 e 4 anos chega a 96%.
A SBP enfatiza que é importante ficar atento ao tempo que as crianças gastam nas mídias eletrônicas e estimular sempre atividades que contribuem para o desenvolvimento infantil (atividades ao ar livre, atividades físicas, convívio familiar etc).
Por isso, ratificando as orientações da Sociedade Americana de Pediatria, a SBP não recomenda o uso de celulares e tablets para crianças menores de dois anos. A Sociedade pede para que os pediatras orientem os pais a ficarem atentos, não só ao tempo gasto com os eletrônicos, como também ao conteúdo que é consumido na internet por eles.
Estimular os pais a mudarem os seus hábitos e estilos de vida também é muito importante. Eles são peças fundamentais para mudar essa realidade, já que são os modelos dos filhos.