Distúrbios do Sono na Infância

No último dia 11 de agosto, a SOPERJ realizou a videoconferência “Meu filho não dorme – Como abordar”. A atividade teve a moderação da Dra. Andreia Moreira e contou com os esclarecimentos da Dra. Luciane Baratelli, neuropediatra e membro do DC de Neurologia Pediátrica da Sociedade, que abordou questões epidemiológicas, o sono normal, os fatores que interferem no sono e os principais distúrbios.

A apresentação do evento foi feita pela Dra. Katia Nogueira, presidente da SOPERJ. Ela destacou que a ideia era atualizar os pediatras em geral sobre a abordagem, o acolhimento, as dificuldades e quando encaminhar para um especialista.

De acordo com a Dra. Luciane, o tema é pouco abordado ainda, apesar de ser uma queixa muito comum nos consultórios. Ela informou que a prevalência dos distúrbios em crianças e adolescentes está entre 20% a 30%.

A pediatra explicou que dormir é tão importante quanto as outras necessidades diárias e que a privação do sono, em qualquer idade, traz um grande risco à saúde. “Precisamos falar mais sobre distúrbios do sono. Dormir é um dos pilares para se ter uma vida saudável em qualquer faixa etária, mais ainda na pediatria, quando o cérebro está ali apto a se desenvolver e processar todas as informações.”

Durante a palestra, a médica enfatizou que um dos grandes problemas é que os pais, na maioria das vezes, não sabem identificar se o filho está dormindo mal. Em alguns casos, a criança tem um padrão de sono natural, mas os pais relatam durante a consulta que o filho não dorme bem, devido às expectativas e comparações da própria família. Por isso, é importante o pediatra saber filtrar essas famílias para encaminhar para o especialista, se realmente houver necessidade.

“Os pais não têm a verdadeira percepção da qualidade do sono dos filhos. Por isso, perguntar se uma criança ou adolescente não dorme bem para os familiares não é o suficiente para rastrear as queixas de sono”, explicou ela.

Dentre os fatores que podem afetar o sono de crianças e adolescentes estão: a família (expectativa e conhecimento dos pais sobre sono, status socioeconômico e nível de educação – quanto mais altos, melhor rotina de sono e depressão materna – via de mão dupla sono); a saúde da criança e adolescente (distúrbios do sono, infecções agudas, doenças crônicas, tais como alergia alimentar, refluxo, asma, rinite alérgica e dor crônica, e transtornos mentais) e o ambiente (rotina irregular, uso de telas, exposição a luz natural e alimentação).

A especialista explicou também que não há um tratamento medicamentoso para os distúrbios do sono. A terapia é comportamental e de orientação à família. “As principais estratégias comportamentais são referentes à higiene do sono, focando no horário regular para dormir e acordar, no controle do ambiente e na alimentação”, finalizou.

A videoconferência completa pode ser acessada no Canal do Youtube da SOPERJ.