Doença de Kawasaki

Doença de Kawasaki

agosto de 2012

A Doença de Kawasaki é uma inflamação nos vasos sanguíneos que ocorre na infância e pode ser confundida, mesmo por profissionais de saúde, com doenças comuns nas crianças, como sarampo, escarlatina, dengue ou outras, pois se apresenta com manchas vermelhas no corpo e febre. O diagnóstico precoce é muito importante, pois pode ter complicações graves.
A febre é prolongada e não melhora com uso de antibióticos. Pode vir associada a manchas vermelhas no corpo, olhos vermelhos, presença de gânglios (caroços) no pescoço e inchaço nas mãos e nos pés. Os pés e as mãos descascam e a boca pode ficar toda vermelha e machucada, podendo até sangrar.
Não há exames que confirmem a doença, mas alguns podem ser necessários para avaliar as possíveis complicações. O diagnóstico só pode ser feito pelos sinais e sintomas verificados pelo pediatra.  A confirmação se dá pela presença de 5 de 6 sinais clínicos: febre prolongada, manchas vermelhas no corpo, vermelhidão nos olhos, inchaço das mãos e pés, caroços no pescoço, vermelhidão dos lábios e da língua ou 4 destes sinais acompanhados pela mais grave complicação da doença: a dilatação da coronária, que é o principal vaso do coração, o que pode levar a complicações cardíacas futuras.

O tratamento inicial é feito com imunoglobulina humana, um tipo de anticorpo, e com ácido acetilsalicílico (AAS), inicialmente em dose alta para diminuir a inflamação e depois mais baixa para evitar a coagulação, o que o leigo chama de “afinar o sangue”.
A inflamação dos vasos que ocorre no início da doença pode levar à sua dilatação, formando aneurismas, que mais tarde podem levar até a um infarto cardíaco. Por isso é muito importante diagnosticar precocemente e controlar a inflamação com o AAS e a imunoglobulina. Alguns trabalhos recentes também mostram benefício com o uso de corticóides, que são antiinflamatórios hormonais.
Apesar da gravidade das complicações, a grande maioria das crianças tratadas evolui bem, levando uma vida normal.

Dra. Andréa Valentim Goldenzon
Presidente do Comitê de Reumatologia da SOPERJ