Jogar Playstation com os amigos na quarentena tem sido uma das atividades preferidas do menino Theo Pinero Giraldez, de 8 anos, para superar a ausência da professora, do colégio e do jogo de futebol com os amigos no condomínio onde mora com a mãe, a fisioterapeuta Renata Giraldez, na Barra da Tijuca.
O longo período de quatro meses de total reclusão no apartamento onde vivem, como medida de proteção contra a Covid-19, acabou causando um sentimento de medo no menino que, agora, não se sente seguro para sair de casa, mesmo quando a mãe precisa ir à rua, após a flexibilização que vem ocorrendo. Até mesmo para andar de bicicleta no parque do condomínio, uma das atividades que mais gosta, e que já está liberada por ser ao ar livre, ele tem se mostrado reticente.
Indagado sobre o que mais deseja, Theo não pensa duas vezes. “Quero que essa doença acabe logo”, diz, quase sussurrando e expressando o sentimento que tem lhe acompanhado. Para fazê-lo entender sobre a gravidade da pandemia e do porquê precisavam estar em casa, a mãe explicou ao menino que a Covid-19 é uma doença perigosa, que faz muito mal as pessoas e que era preciso se proteger durante a quarentena.
Theo chegou apresentar algumas crises de choro antes de dormir, nos dois primeiros meses do isolamento social, mas logo reencontrou o equilíbrio que faz dele um menino alegre, estudioso – está na 3ª série do ensino fundamental I – e cheio de amigos.
Apesar do receio de ir à rua, Theo se sente seguro e feliz quando está em casa. Adora assistir filmes com a mãe e jogar Playstation com os amigos uruguaios para treinar o espanhol. Theo nasceu no Brasil, mas passou parte da infância em Montevidéu, onde vive seu pai, que é uruguaio. Nos últimos dias, o menino tem demonstrado alegria ao descer até a área de lazer do condomínio, que agora está liberada, para nadar por algumas poucas horas.
“Não me incomodo de ficar em casa, de não ir pra rua, só quero que esse Covid vá embora”, encerra, antes de voltar a jogar.