A democratização do acesso, facilitação do fluxo de informação e incorporação das evidências científicas são condições essenciais para a melhoria das práticas na atividade médica.
Para tal, é necessário que a busca da informação de boa qualidade seja fácil e se torne um hábito. Popularizar, desmistificar a informação científica nos campos de prática profissional, entendê-la como um processo que faça parte da atividade médica e não exclusiva de professores e pesquisadores são uma das metas de instituições como a Biblioteca Virtual em Saúde- BIREME (www.bireme.br), Organização Mundial de saúde (www.who.int/eng), de diversas instituições que trabalham com informação, pesquisa e ensino como a FIOCRUZ (www.fiocruz.
br) e de organizações como a SOPERJ (www.
soperj.org.br).
No Brasil, além da Biblioteca Cochrane (citada em número anterior), outras redes de informação científica têm, em suas bases de dados, periódicos ou revistas que constam em bases consideradas de referência como: Medline (geralmente literatura americana ou européia) e Lilacs (literatura da América Latina e Caribe).
São exemplos destas redes que contribuem para a divulgação de artigos gratuitos na íntegra: Scielo (Scientific Eletronic Library On Line – www.scielo.org), o Campus Virtual em Saúde Pública (www.campusvirtualsp.org), além de redes promovidas pela Organização Mundial de Saúde como: Global Health Library (www.globalhealthlibrary.
net), ePORTUGUÊSe (www.
who.int/eportuguese), TropIKA.net (http:// www.tropika.net/) e a EVIPNet (www.evipnet.
org). Estas redes têm fomentado a discussão mundial a respeito da adoção do sistema de acesso aberta à publicações científicas, facilitando o acesso e diminuindo a probabilidade das informações se tornarem obsoletas.
Entretanto, pergunta-se: o que fazer quando a informação procurada não consta nestas bases ou redes? Através da BVS, o profissional consegue, após realização da pesquisa, ter acesso aos resumos de trabalhos. No site da BVS- BIREME existe o Portal de Revistas Científicas em Ciências da Saúde (http://portal.revistas.bvs.br) que informa quais revistas têm seu conteúdo integral disponível gratuitamente.
Quando o artigo em questão está publicado em revista que não permite o acesso gratuito, pode-se acessar diretamente a revista, ou então, através do sistema de cópias de documentos (SCAD). Outra possibilidade é através do Catálogo coletivo nacional (http://ccn.ibict.br/ busca.jsf) onde, digitando a revista procurada, o profissional se informa a respeito das bibliotecas em que a revista, número e volume procurados são encontrados. O Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (IBICT) também disponibiliza a pessoas físicas o programa de comutação bibliográfica (COMUT), onde obtém-se cópias de documentos técnicos- científicos (nacionais ou não) disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras. O cadastro pode ser efetuado pelo site: http://www.ibict.br/secao.php?cat=COMUT.
A SOPERJ oferece aos associados acesso gratuito, após solicitação e informação de senha, a 21 revistas científicas indexadas às bases de dados: “medline” e “lilacs”. Algumas já têm acesso gratuito através dos sites relatados anteriormente.
Apesar das inúmeras resistências quanto ao acesso livre e gratuito da informação científica, as iniciativas de ordem institucional, regional ou mesmo nacional se fortalecem a cada dia.
Lembremos que muitas destas mesmas pesquisas são financiadas direta ou indiretamente por órgãos públicos. Portanto, cabe questionar: a quem de fato pertencem as informações?