Mudanças sociais e culturais provocaram a ruptura da hierarquia doméstica e desestabilizaram a representação tradicional da paternidade. Formas alternativas de convivência familiar criaram possibilidades diferenciadas de manifestação da paternidade, não mais ancorada no poder econômico. Assim, o homem precisou reinventar o seu papel e construir a subjetividade de pai com uma nova postura.
Essa nova postura com a adoção paterna afetiva e efetiva é necessária, pois pais ausentes, muito autoritários ou muito distantes podem favorecer o aparecimento de problemas de personalidade e dificuldades sociais.
A desvalorização da função paterna traz dificuldades para que pais assumam o lugar da lei, o papel de frustrar para permitir que as crianças organizem seus recursos internos. O papel de autoridade possibilita a interiorização de regras morais fundamentais para o convívio social, e o bom funcionamento de uma sociedade resulta da aceitação comum de normas ou leis impostas e/ou introjetadas, que sejam capazes de assegurar a permanência do vínculo ou laço social.
Viver num mundo sem limites, onde as referências se tornam confusas, pela falta de referenciais paternos, pode favorecer o envolvimento com a violência e a adição. A perda do limite é uma das mais graves perdas que crianças e adolescentes estão sofrendo, prejudicando seu desenvolvimento cognitivo e social.