Autor:SOPERJ
Muitos pais oferecem andadores (também conhecidos como voadores) a seus filhos com a intenção de ajudá-los no processo do caminhar. É errônea a impressão de que tal objeto facilite o aprendizado do andar ou que seja inofensivo para a criança.
Há vários trabalhos publicados que comprovam o grande número de acidentes devido ao uso de andador, muitos tendo como conseqüência morte por traumatismo craniano ou afogamento. Segundo dados do Comitê de Prevenção de Traumas e Envenenamentos da Academia Americana de Pediatria (setembro, 2001) em 1999, nos EUA, 8800 crianças foram atendidas em serviços de emergência hospitalares com lesões associadas ao uso de andador como fraturas, contusões, lacerações e trauma de crânio. Este número, certamente, é ainda maior em virtude das crianças que receberam atendimento em casa ou em consultórios, não sendo, portanto, registrados. A observação repetida destes fatos fez com que em 2002 a Academia Americana de Pediatria solicitasse a proibição do uso de andadores naquele país.
Do ponto de vista do desenvolvimento sabemos que cada etapa pela qual a criança passa é preparatória para a etapa seguinte (sentar, engatinhar, levantar, etc). Assim ela vai, gradualmente, através da exploração de suas possibilidades motoras, preparando seus músculos, adquirindo equilíbrio, treinando transferir o peso do corpo de um lado para o outro e o apoio da planta do pé todo no chão, indispensáveis para um andar com qualidade. O andador, além de estimular posturas inadequadas, impede que a criança passe pelas experiências acima, tão necessárias ao seu pleno desenvolvimento motor. Quanto mais cedo a criança for colocada no andador, maiores serão as alterações que poderão aparecer.
Desta maneira, o Comitê de Atenção Integral ao Desenvolvimento e Reabilitação da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro deseja alertar os pais quanto aos malefícios trazidos aos seus filhos pelo uso do andador.
Fonte:Assessoria de Imprensa