Consoperj Apresenta Nova Arma Contra Tuberculose

O VIII CONSOPERJ marcou o lançamento de um programa de computador voltado para o auxílio no diagnóstico de tuberculose na infância. O programa foi produzido pelo Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e se destina aos serviços de saúde em geral que atendam crianças.
O vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro (SOPERJ), Clemax Sant’Anna, explica que, na última década, o ritmo de aumento na incidência de tuberculose em crianças (33%) foi maior do que o observado em todas as faixas etárias (13%). “Os casos em menores de 15 anos representam 15% da incidência total. Estas elevadas taxas traduzem um alto índice de transmissão na comunidade, já que a maioria dos casos de tuberculose em crianças é conseqüente à rápida progressão de infecção recentemente adquirida”, explica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial esteja infectada pelo M.tuberculosis e que, anualmente, ocorram cerca de oito milhões de casos novos (um milhão e trezentos mil em crianças) e três milhões de óbitos (450.000 na infância) por tuberculose.
No Brasil crianças com menos de dois anos de idade têm o dobro das taxas de adoecimento de crianças maiores. A taxa de tuberculose entre crianças de zero a quatro anos no município do Rio de Janeiro, em 1996, foi de 28,3 por 100.000 habitantes. Criou-se no Brasil um sistema de pontuação para diagnóstico de tuberculose pulmonar na infância, preconizado pelo Ministério da Saúde. O pediatra afirma que diagnosticar tuberculose na infância implica em valorizar aspectos clínicos, radiológicos e epidemiológicos. “Tendo em vista a dificuldade neste diagnóstico, foram propostos alguns sistemas de pontuação que permitem chegar ao diagnóstico pela soma de dados positivos ou negativos referentes a aspectos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos”, finaliza Clemax.