O primeiro webinar da SOPERJ em 2022 teve como tema um assunto que vem ocupando as conversas entre os pediatras, os noticiários e dúvidas nos consultórios dos pais e responsáveis: vacinação em crianças e adolescentes. O objetivo do debate foi dar segurança à sociedade neste momento.
A comprovação da importância do assunto foi a participação de 330 pessoas durante as duas horas de atividade, nesta quinta-feira, 13 de janeiro. A abertura foi feita pelo presidente da SOPERJ, Dr. Claudio Hoineff, que reforçou a mensagem que “os pediatras são tarados por ciência e conhecimento”. O pediatra reforçou a importância da vacinação e que é uma recomendação da Sociedade, como vem sendo divulgada. “Os estudos publicados até agora têm demonstrado a eficácia das vacinas”. No início da apresentação, o Dr. Hoineff lembrou que as vacinas protegem e as infecções matam.
As três apresentações foram feitas pelo Dr. Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria; a Dra. Isabella Ballalai, presidente do GT de Imunizações da SOPERJ; e a Dra. Aurea Grippa, membro do Departamento Científico de Cardiologia Pediátrica da SOPERJ.
Para quem desejar se aprofundar nos temas e nos estudos apresentados, o conteúdo foi disponibilizado na íntegra no canal do Youtube da Soperj e pode ser acessado por esse link – são duas horas de duração)
Os temas que envolveram a volta às aulas e as miocardites e pericardites na infância serão detalhados, ao longo dos próximos dias, através de reportagens específicas no site da SOPERJ e nas redes sociais.
Dados e Pesquisas das Vacinas
O Dr. Marco Aurélio trouxe dados muito robustos e com embasamento científico para a análise da vacinação em crianças e adolescentes. Ele comentou que a comunidade pediátrica brasileira precisa, cada vez mais, entender as diferenças entre o que acontece no Brasil e em outros países.
Vários estudos apresentados mostraram que não foram observados efeitos adversos na vacinação em crianças e adolescentes. A eficácia da vacina foi de 90%.
Os números que vem preocupando os pediatras é que dentre os 34 mil casos de SRAG por Covid-1 em crianças e adolescentes no Brasil, em 2021, 7,2% evoluíram para óbito. Os dados também mostram que a mortalidade no Brasil é substancialmente mais alta do que nos Estados Unidos. Crianças de 5 a 11 anos representaram 20% das hospitalizações e 14% das mortes, no levantamento de dados de novembro do ano passado.
Nos EUA, as taxas de internações semanais foram cinco vezes maiores em agosto quando comparado a junho de 2021, entre crianças de 0 a 4 anos. Em julho, a taxa de internação entre adolescentes não vacinados foi 10,1 vezes maior do que nos vacinados.
Em relação à segurança, o Dr. Marco Aurélio explicou que “a vacina foi bem tolerada, com efeitos colaterais comparáveis aos observados em participantes das pesquisas de 16 a 25 anos de idade”.
O debate trouxe dados do mundo real para uma avaliação embasada. Entre as perguntas dos participantes, uma se referiu ao intervalo entre vacinas. O Dr. Marco lembrou que essa decisão foi tomada no início do processo, pois era necessária uma avaliação da vacinação contra Covid-19. “Era mais uma recomendação para análise de farmacovigilância”.
A importância dos dados apresentados mostra que os cuidados, como o uso de máscaras corretamente e isolamento social, continuam muito importantes. O Dr. Hoineff reforçou que todas as explicações ajudaram muito aos pediatras a entenderem melhor o cenário, as condutas e os comportamentos seguros para as crianças e adolescentes.
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