Novembro é o mês dos esclarecimentos sobre diabetes, com o Dia Mundial do Diabetes – 14 de novembro. É um momento de conscientização sobre uma das condições crônicas mais comuns na infância e de reflexão sobre o papel fundamental do pediatra no diagnóstico e tratamento precoces.
O Departamento Científico de Endocrinologia Pediátrica da SOPERJ, presidido pela Dra. Renata Berardo, preparou um artigo sobre diabetes na infância. O texto é de autoria do Dr. Daniel Gilban, membro do Departamento.
Diabetes na Infância
Diabetes Mellitus é uma condição em que ocorre elevação da glicemia plasmática por deficiência na produção ou resistência à ação da insulina. Entre as principais etiopatogenias envolvidas, na infância destaca-se a autoimunidade como principal causa (diabetes tipo 1). Porém, há também o aumento recente de casos de diabetes tipo 2, principalmente em adolescentes com obesidade e sinais de resistência à insulina.
Os principais sinais e sintomas de alerta são descritos nos “4 Ps” :POLIÚRIA, POLIDIPSIA, POLIFAGIA e PERDA DE PESO. Outros sintomas inespecíficos podem estar presentes, como astenia e visão turva.
A confirmação diagnóstica ocorre pela demonstração da hiperglicemia, seja pela glicemia sérica (jejum ou aleatória), pelo teste de tolerância oral à glicose ou pela hemoglobina glicada.
O Papel do Pediatra
No mundo, cerca de 30% dos casos são diagnosticados com cetoacidose diabética, mas no Brasil até 60% das crianças têm a confirmação diagnóstica com esta situação dramática. Nesses casos, o atraso no reconhecimento dos sintomas pode levar a uma situação de deficiência absoluta de insulina, com necessidade de tratamento intensivo, risco de complicações e morte.
Neste ponto, destaca-se o papel do pediatra como o grande facilitador do diagnóstico.
O pediatra deve estar sempre alerta à possibilidade de abertura de quadro de diabetes em situações agudas, mesmo com queixas mais inespecíficas. Ao pediatra cabe também a tarefa de solicitar o exame complementar que confirma o diagnóstico, bem como fornecer as orientações iniciais de condutas terapêuticas.
Diabetes é uma condição crônica que, corretamente diagnosticada e tratada, permite que as crianças e adolescentes possam manter suas atividades diárias, crescimento e desenvolvimento adequados e mantenham suas rotinas e planos de vida.
Atualmente, as modalidades terapêuticas disponíveis para pessoas com diabetes têm sido fortemente aprimoradas por novas tecnologias e conhecimentos a respeito da condição.
O autocuidado é fortemente encorajado, bem como educação em diabetes. As famílias e os pediatras que conhecem melhor a condição podem oferecer os melhores cuidados a essas crianças para que o diabetes não se torne um obstáculo a uma vida plena, com qualidade e principalmente, com saúde.

