Com o retorno das atividades escolares, torna-se imprescindível enfatizar as funções primordiais de cada estabelecimento de ensino: atividade didática e educação alimentar.
Para o Dr Silvio Voscaboinik, presidente do Comitê de Endocrinologia da SOPERJ, “o que se tem observado, na prática, é a quase total inexistência de uma política alimentar por parte da maioria dos educandários, o que pode ser constatado pelos cardápios de seus refeitórios e cantinas”. Ao se pesquisar instituições de ensino que atendem a várias camadas da população de nosso estado e país, encontram-se dietas ricas em gorduras, bem como alimentos de baixo valor nutritivo. “E isso, infelizmente, junto com o horário restrito para as atividades físicas e o sedentarismo (videogames, tempo irrestrito para a utilização do computador), acarretam o aparecimento, cada vez mais precoce e incidente, de obesidade na infância e adolescência”, comenta.
Como ocorre nos EUA e em todos países do mundo, o aumento progressivo de peso nestas faixas etárias tem dobrado e as complicações decorrentes desta alteração têm levado ao aparecimento de doenças crônicas no adulto, principalmente, as cardiovasculares. Os distúrbios decorrentes do excesso de ingestão alimentar provocam o aparecimento de níveis cada vez mais elevados de colesterol e triglicerídeos, bem como o surgimento de afecções somente descritas anteriormente em adultos – como o diabetes Mellitus tipo 2 -, com graves efeitos nocivos em todo o organismo.
“É função primordial do médico assistente orientar e discutir com os pais e educadores, com o intuito de se impedir os fatores agravantes para que se possa ter uma população bem orientada nutricionalmente, sem riscos ou complicações advindas de uma alimentação desprovida dos nutrientes e rica em possíveis conseqüências dietéticas”, finaliza Silvio Voscaboinik.