Equipe de médicos que cuidou do menino Arthur recebe homenagem no Santos Dumont – Divulgação – Celso Pupo / Agência O Globo
RIO – A luta do pequeno Arthur pela vida não foi solitária. Enquanto o mundo acompanhava e torcia por ele, uma incansável equipe médica se revezava dia e noite por um desfecho feliz. Era um desafio: o caso como o de Arthur era inédito na carreira daqueles profissionais. Foram 30 dias de intensos trabalhos e uma heroica resistência do paciente, o que causou surpresa até mesmo de especialistas, diante da gravidade da lesão. O esforço e a sensibilidade dos cinco médicos que acompanharam o bebê ganharam, na noite desta quinta-feira, menção honrosa, concedida pela Sociedade de Pediatria do Estado do Rio.
A homenagem às equipes dos hospitais Adão Pereira Nunes e do Moacyr Rodrigues do Carmo, onde foi realizado o parto de emergência, aconteceu no Prodigy Hotel, no Aeroporto Santos Dumont, durante a comemoração do Dia do Pediatra, celebrado em 27 de julho. O chefe da equipe responsável por Arthur, Eduardo de Macedo Soares, e os médicos Glaucia Martin Pereira Debernardo, Jacqueline Miguez Salles, Luiz Miller e Claudia Teixeira Trannin receberam flores e aplausos na cerimônia.
Mais uma vez, Eduardo se emocionou ao falar do bebê:
– Ninguém nunca havia visto um caso como aquele. Foi um paciente que nos demandou muito estudo, muita paciência, porque não tínhamos um protocolo a seguir. Era um caso único. Conseguimos fazer, graças à mobilização de todos, o que nem imaginávamos conseguir. Quando ele chegou até nós, estava desenganado, maribundo, paraplégico, e resistiu por mais um mês – lembra Eduardo – O momento mais difícil foi quando me ligaram domingo, às 6h30m, e falaram que Arthur estava sangrando sem parar. Foi o dia que ele veio a óbito.
Arthur foi baleado durante um tiroteio na Favela do Lixão, em Duque de Caxias, quando ainda estava na barriga da mãe.
Ele morreu no dia 30 de julho, depois de apresentar piora do seu quadro clínico, em decorrência de uma hemorragia digestiva intensa.