“Seria preciso dividir cada mulher em três: uma que corresse para o trabalho, outra que tomasse providência para sua família, e uma terceira que escapasse para a beira do lago assistindo quieta ao por do sol.” – Lya Luft, 1999. O Rio do Meio
No próximo dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é comemorado e, embora o Estado brasileiro tenha assumido o compromisso com os direitos humanos das mulheres e com a garantia do exercício pleno de sua saúde física e mental, esta meta está longe de ser alcançada na prática.
A preocupação com o acesso e a permanência das mulheres no sistema educacional é tema discutido na comunidade internacional como um dos objetivos para a redução da pobreza e para o desenvolvimento sustentável nos países. No entanto, apesar da já expressiva participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro (41,4% da população economicamente ativa) e escolaridade superior à dos homens, ainda são raras as mulheres em altos postos de comando na Administração Pública.
Mulheres se cobram superação e comprovação efetiva de seu desempenho, pois “precisam” trabalhar muito mais para serem respeitadas e reconhecidas, quando conseguem. A garantia de manter o equilíbrio familiar surge como uma condição para adequar o relacionamento no trabalho. Assim, o apoio familiar é essencial no enfrentamento dos desafios.
A presença de mulheres nos diferentes espaços de nossa sociedade é uma conquista recente, pois só a partir da segunda metade do século XX o mercado de trabalho abriu suas portas. Na vida política, a desigualdade sofrida pelas mulheres em relação ao acesso ao poder foi enfrentada por diversas campanhas das quais resultaram a aprovação de projeto de lei de reserva de 20% das legendas dos partidos para as candidatas mulheres.
Apesar disso, nas eleições de 2006, poucas mulheres conseguiram vagas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Além de serem poucas, seu desempenho é limitado, uma vez que ainda têm pouca experiência na disputa de poder.
No Brasil, a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres – SPM realiza campanha para incentivar que mulheres se candidatem nas eleições municipais de outubro, lançando edital para capacitação e treinamento de candidatas ao pleito de 2008. Segundo a SPM, “a campanha será suprapartidária e estimulará mulheres a ingressarem nas agremiações políticas e se candidatarem a cargos de representação e executivos”.
O olhar feminino do legislativo traz a esperança do desenvolvimento de programas de promoção do empoderamento e da saúde de mulheres, com consequente benefício para a saúde de crianças e adolescentes.