A mais recente nota de alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria reforça a obrigatoriedade da notificação, ao Ministério da Saúde, dos casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Segundo a entidade, a doença está provavelmente associada à Covid-19, já que o problema aparece após dias ou semanas da infecção pelo novo coronavírus.
O comunicado foi elaborado pelos Departamentos Científicos de Infectologia, Reumatologia, Cardiologia, Terapia Intensiva e Emergência da SBP.
Sobre a SIM-P
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é uma condição grave que está afetando crianças e adolescentes que foram diagnosticados com a Covid-19. Ela é multissistêmica pois afeta pelo menos dois órgãos e sistemas, tais como cardíaco, renal, respiratório, hematológico, gastrointestinal, dermatológico e neurológico.
De acordo com o documento, crianças e adolescentes podem apresentar rápida progressão para formas mais graves da doença. Com isso, é muito importante que haja um suporte adequado para os cuidados e uma equipe pediátrica multiprofissional para o atendimento (emergencistas, intensivistas, cardiologistas, infectologistas, reumatologistas, imunologistas, nefrologistas, neurologistas, gastroenterologistas e hematologistas).
Os primeiros casos surgiram em abril deste ano em países da Europa e da América do Norte e, nos últimos meses, chegou à América Latina e ao Brasil. Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) soltou um comunicado alertando sobre essa nova síndrome em crianças.
Tópicos do documento
O objetivo principal da nota é enfatizar a importância da notificação dos casos dessa síndrome rara. Mas, outros pontos importantes como características clínicas, diagnóstico, tratamento e critérios para hospitalização também são destacados.
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Além da febre persistente, o paciente pode apresentar sintomas, muitas vezes graves como alterações cardiovasculares, renais, respiratórias, hematológicas, gastrointestinais etc.
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Tabela com os critérios propostos pelo Ministério da Saúde para o melhor diagnóstico da doença e a abordagem clínica nesses casos.
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O texto faz um alerta para doenças como sepse bacteriana, síndrome da pele escaldada, síndrome de Kawasaki e lúpus eritematoso sistêmico juvenil. Elas devem ser consideradas na hora da avaliação do paciente.
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A internação deve ser considerada nos casos suspeitos com sintomas moderados ou graves, e naqueles com riscos de complicações (desconforto respiratório, alteração dos sinais vitais, choque, sinais de desidratação etc).
A nota completa está disponível no link: