A chegada do inverno promove um aumento de aproximadamente 40% da freqüência das doenças respiratórias, entre elas as alérgicas. A asma alérgica constitui a enfermidade crônica mais freqüente na infância, sendo a terceira causa de internação devido às exacerbações nos meses frios e úmidos.
Segundo Aluce Ouricuri, presidente do Comitê de Alergia da SOPERJ, “é comum, nesta época do ano, em decorrência da queda da temperatura, as famílias adotarem hábitos que não são muito recomendáveis como: fechar as janelas e portas e preferirem locais aglomerados para se resguardarem do frio”. Com estas medidas não acontecem as renovações do ar e as pessoas ficam convivendo por tempos prolongados em ambientes fechados que favorecem a exposição e contaminação por vírus.
Solange Valle, secretária do Comitê, acrescenta que as viroses são um dos principais gatilhos para o desencadeamento ou agravamento das doenças alérgicas respiratórias. “Ainda temos uma maior exposição a substâncias alergênicas, como os ácaros da poeira domiciliar, e o inverno é uma estação muito úmida o que favorece a multiplicação desses alérgenos”, ressalta. Um outro fator importante é a poluição do ar, pois o inverno traz um aumento da poluição atmosférica causado pela inversão térmica.
Dentre as doenças alérgicas desencadeadas ou agravadas durante este período estão principalmente a rinite e a asma. A rinite é muitas vezes confundida com o resfriado por que os sintomas são semelhantes, mas se não for corretamente tratada pode evoluir para complicações como sinusites, otites e amigdalites. A asma é uma das principais responsáveis pelo aumento da freqüência do atendimento nos serviços de emergência nesta época do ano. A orientação aos pais sobre os principais sinais e sintomas como tosse, falta de ar e sibilância, é de fundamental importância para que eles identifiquem imediatamente a doença e conseqüentemente instituam precocemente o tratamento.