Autor:Diretoria da SOPERJ – Triênio 2004-2006
As dificuldades para evacuar são motivo freqüente de consultas ao pediatra.
De um modo geral, recomenda-se que se estabeleça uma rotina quanto ao hábito intestinal. Assim, se há algum horário em que a criança evacue com um pouco mais de freqüência, podemos lembrá-la todos os dias nesse mesmo horário, para tentar evacuar. Nesse momento ela não deve ser apressada ou pressionada. Deve-se, portanto, evitar os horários de saída para a creche ou a escola, por exemplo. Também são importantes o ambiente e o local escolhidos: de preferência um ambiente tranqüilo em que a criança se sinta segura. A criança deve manter os dois pés apoiados no chão e ser estimulada a “fazer força para baixo”. Por isso tábuas adaptadoras para o vaso sanitário dos adultos podem não ser uma boa escolha.
Crianças com fezes muito ressecadas e evacuações dolorosas tendem a reter ainda mais as fezes, que se tornam mais ressecadas dificultando ainda mais as evacuações, num círculo vicioso. Para quebrar esse círculo, muitas vezes emprega-se o óleo mineral, em doses individualizadas e por tempo determinado para que, facilitando e aumentando a freqüência das evacuações, a criança fique menos temerosa. O aumento da ingestão de líquidos e fibras também contribui para quebrar esse círculo vicioso e para o desenvolvimento de um hábito intestinal mais saudável. Para tanto, o exemplo da família é muito importante.
É preciso esclarecer junto a um médico se a criança tem intolerância a lactose, o açúcar do leite, ou alergia ao leite de vaca, ou seja, à proteína do leite. As dietas recomendadas nesses dois casos são diferentes e o médico estará apto a fazer as orientações pertinentes.
As indicações para o clister opaco também devem ser individualizadas caso a caso e orientadas pelo médico da criança.
Quanto às repercussões psicológicas, até que se estabeleça a real necessidade de um acompanhamento por profissional dessa área, uma atitude incentivadora, porém tranqüila dos pais e cuidadores para que a criança estabeleça uma rotina de consumo de alimentos ricos em fibras e de evacuações mais freqüentes, sem que a mesma se sinta pressionada a evacuar e sem que se gere uma expectativa diária em torno disso, pode ser de grande valia.
Fonte:SOPERJ