Departamento de Alergia e Imunologia
Orientações aos pacientes imunodeficientes e a infecção pelo novo coronavírus
- Até o momento, não dispomos de evidências se pacientes com imunodeficiências apresentam maior risco para doença grave pelo coronavírus. Entretanto, especialistas na área acreditam que pacientes com imunodeficiências podem apresentar maior risco de infecção pelo COVID-19 ou ainda apresentar um quadro mais grave.
- Em caso de associação com doenças pulmonares (asma, bronquiectasias) ou cardíacas, ou pacientes transplantados, em tratamento de doença linfoproliferativa e neoplasias, ou ainda utilizando medicamentos imunossupressores ou imunomoduladores e em terapia gênica não devem suspender seus medicamentos, exceto em caso de recomendação médica.
- Pacientes com imunodeficiências com problemas respiratórios devem ser priorizados, como em qualquer situação de infecção respiratória.
- Recomenda-se que pacientes imunodeficientes reforcem os cuidados preventivos, devendo aderir às recomendações das autoridades.
- Em caso de suspeita de uma infecção, os pacientes deverão entrar em contato imediatamente com seus médicos ou serviço de saúde para orientações específicas.
- Os pacientes devem dispor de informações de sua doença, medicamentos e contato de seu médico assistente.
- A recomendação para testar pacientes deve seguir as diretrizes locais ou nacionais, incluindo para pacientes imunodeficientes, devendo-se considerar possibilidade de resultados falsos negativos.
- Produtos derivados do plasma, como imunoglobulina humana aplicada por via venosa ou subcutânea, são seguros, não havendo risco de transmissão do COVID-19 nesses produtos.
- Até o momento, não dispomos de evidências de que doses mais elevadas ou frequentes de imunoglobulina humana nos pacientes imunodeficientes resultem em maior proteção.
- Além disso, não há indicação de iniciar a reposição de Imunoglobulina para tratar pacientes com imunodeficiência que não a utilizem regularmente ou para a população geral, uma vez que não esperamos encontrar anticorpos contra COVID-19 nesses produtos.
- Máscaras de proteção, exceto no ambiente hospitalar não são eficazes para prevenir a infecção, sendo possível que seu uso aumente a chance de contaminar a face com as mãos pela manipulação inapropriada.
- É imprescindível manter as medidas de prevenção de contato e de higiene, e a atualização das recomendações das autoridades de cada região.
Estas recomendações foram feitas pelas sociedades abaixo, com atualização 11 de março de 2020.
IPOPI, ESID, INGID, APSID, ARAPID, ASID, CIS, LASID, SEAPID
Referências:
1 European Centre for Disease Prevention and Control. Infection prevention and control for the care of patients with 2019-nCoV in healthcare settings. ECDC: Stockholm; 2020. Available at: https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/nove-coronavirus-infection-preventioncontrol-patients-healthcare-settings.pdf [Accessed 04-03-2020]
3 European Centre for Disease Prevention and Control. Situation update worldwide, 11 March 2020. Available at: https://www.ecdc.europa.eu/en/geographical-distribution-2019-ncov-cases [Accessed 11- 03-2020].
5 The World Health Organization. Q&A on coronaviruses (COVID-19). 9 March 2020. Available at: https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-coronaviruses [Accessed 11-03-2020].
8 Centers for Disease Control and Prevention. Prevention & Treatment. 10-03-2020. Available at: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/about/prevention-treatment.html [Accessed 11-03-2020].
9 The Plasma Protein Therapeutics Association. New Coronavirus (SARS-CoV-2) and Plasma Protein Therapies. Updated February 17, 2020. Available at: https://www.pptaglobal.org/media-andinformation/ppta-statements/1055- 2019-novel-coronavirus-2019-ncov-and-plasma-protein-therapies [Accessed 11-03-2020].
Abril / 2020