Quanto mais cedo, melhor

Todo bebê necessita especialmente de sua mãe para se desenvolver plena e globalmente.
Mas algumas crianças podem ter maiores chances de evoluir com alterações em seu desenvolvimento em decorrência de agravos nos períodos fetal, perinatal ou neonatal. Para que se possam identificar essas alterações, é fundamental que se conheça o desenvolvimento normal. E esta identificação precisa ser precoce, assim como a intervenção adequada.
Nos primeiros meses de vida, o cérebro apresenta maior plasticidade, tornando o tratamento instituído mais eficaz. O encaminhamento para uma equipe multiprofissional, de atuação interdisciplinar, é de extrema importância e irá favorecer a recuperação e evolução neurossensorial do pequeno paciente. Alguns sinais de alerta para alterações precoces no desenvolvimento encontram-se descritos no Manual de Atenção Integral ao Desenvolvimento e Reabilitação, elaborado pelo Comitê de Atenção ao Desenvolvimento da SOPERJ.
Como exemplos desse trabalho de equipe pode-se citar os programas de seguimento de recém-nascidos de risco intitulado NAIRR (Núcleo de Atenção Interdisciplinar ao Recém- Nascido de Risco) presentes nas maternidades deste município. Profissionais de diversas áreas de graduação atuam junto a este bebê e sua família, estimulando-o adequadamente e buscando minimizar possíveis evoluções adversas em seu desenvolvimento. Outras especialidades médicas freqüentemente são utilizadas (ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, genética e cirurgia pediátrica), o que é feito através de guias de referência/contra-referência.
Na medida em que estes bebês se tornam crianças maiores e continuam necessitando de alguma assistência especial, eles são encaminhados aos NAIDI (Núcleos de Atenção Interdisciplinar ao Desenvolvimento Infantil); mas esses núcleos de atendimento são insuficientes para atender à demanda. Particularmente nesta etapa da assistência, os profissionais de saúde encontram grandes dificuldades na reabilitação de nossas crianças e, conseqüentemente, em sua inclusão social.
É um grande desafio para todos nós prestar assistência a necessidades progressivamente mais complexas desses “pequenos” pacientes, quer em seu desenvolvimento motor, quanto nos desenvolvimentos cognitivo, visual e auditivo, inserindo-os no ensino formal e na sociedade de maneira geral.