Refluxo gastroesofágico em lactentes e crianças

Principais recomendações da Sociedade Norte-americana de Gastroenterologia e Nutrição Pediátrica – J Pediatr Gastroenterol Nutr 2001; 32 (Suppl 2)
I. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
1. A anamnese e o exame físico são suficientes, na maioria dos casos, para o diagnóstico e o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
2. A seriografia não é sensível e nem específica para o diagnóstico de DRGE. Serve para avaliar alterações anatômicas que produzem vômitos, como estenose pilórica, malrotação, pâncreas anular, hérnia hiatal, estenose esofágica, e outras.
3. A monitorização do pH esofágico (pHmetria), é um método valioso para avaliar o refluxo ácido.
4. A endoscopia com biópsia pode determinar a presença e a intensidade da esofagite, estenoses e esôfago de Barret, bem como excluir outras doenças.
5. O papel da cintigrafia nuclear não está bem definido no diagnóstico e manejo da DRGE.
6. Uma prova terapêutica por tempo limitado é útil para determinar se o RGE está causando um sintoma específico.
II. OPÇÕES DE TRATAMENTO
1. Agentes espessantes do leite não melhoram o índice de RGE, mas diminuem o número de episódios de vômitos.
2. Ocorre menos RGE em decúbito ventral do que em decúbito dorsal. No entanto, a posição prona está associada a maior risco de morte súbita. Até os 12 meses de idade o risco de morte súbita ultrapassa os benefícios da posição prona para dormir, no tratamento da DRGE. Desta forma, posição não prona durante o sono é geralmente recomendada.
3. Acima de um ano de idade é provável que seja benéfico para o manejo da DRGE o decúbito lateral esquerdo e a elevação da cabeceira da cama.
4. Recomenda-se que crianças e adolescentes com DRGE evitem cafeína, chocolate e alimentos condimentados que provoquem sintomas.Obesidade, exposição à fumaça de cigarro e álcool também estão associados ao RGE.
5. Antagonistas do receptor H2 produzem alívio dos sintomas e cicatrização da mucosa. Os inibidores da bomba de prótons são superiores aos antagonistas do receptor H2.
6. O uso prolongado de antiácido geralmente não é recomendado uma vez que existem alternativas mais eficientes e seguras (antagonistas do receptor H2 e inibidores da bomba de prótons).
7. A cisaprida reduz a freqüência de vômitos e regurgitações. Entretanto, em vista do risco potencial de sérias arritmias cardíacas em pacientes recebendo cisaprida, é importante a seleção e a monitorização adequada dos pacientes, utilização da dose correta (0,2mg/kg/dose, quatro vezes ao dia) e a não administração simultânea de medicamentos contra-indicados.
8. Outros agentes pró-cinéticos não se mostram eficazes no tratamento da DRGE.