Retinoblastoma e a Importância do Diagnóstico Precoce

Após a reportagem no Fantástico sobre a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma, o Grupo de Trabalho de Oftalmologia, presidido pela  Dra. Viviane Lanzelotte, divulga informações com alertas sobre os cuidados necessários.

Grupo de Trabalho de Oftalmologia – Retinoblastoma

A nobreza e a empatia do casal Tiago Leifert e Daiana Garbin em divulgar a difícil situação familiar pela qual estão passando permitiu em poucas horas a divulgação do retinoblastoma e a importância do seu diagnóstico precoce com um alcance nacional que provavelmente nenhuma campanha até hoje conseguiu. Esse alerta tão comovente com certeza salvará vidas e a visão de muitas crianças.

  • O retinoblastoma é um tumor maligno originário de células da retina. É o tumor intra-ocular maligno primário mais comum da infância.
  • É mais comum em lactentes e crianças pequenas. A idade média das crianças no momento do diagnóstico é de 2 anos e ele raramente ocorre em crianças com mais de 6 anos de idade;
  • O principal sintomado retinoblastoma é a leucocoria, que é o reflexo branco na pupila, popularmente conhecido como reflexo do olho de gato. Ele é observado em algumas posições do olhar, à luz artificial quando a pupila está dilatada ou em fotos quando a luz do flash incide sobre os olhos.
  • Outros sinais e sintomas do retinoblastoma(que pode acometer um ou ambos os olhos): estrabismo, baixa visão, vermelhidão/dor ocular, fotofobia, abaulamento do olho, alteração na cor da íris, entre outros
  • O diagnóstico precoce é fundamental para preservar a vida e os olhos da criança. Crianças com história familiar da doença devem ter acompanhamento oftalmológico desde o nascimento.
  • O Teste do Olhinho (ou teste do reflexo vermelho) deve ser realizado ao nascimento e repetido algumas vezes durante a puericultura, nos três primeiros anos de vida da criança. Na presença de qualquer alteração o paciente deve ser encaminhado para consulta oftalmológica;
  • Para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica orienta, ainda, que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo e posteriormente, entre três (idealmente) e cinco anos, esse mesmo bebê deve ser submetido a uma segunda avaliação oftalmológica;
  • O retinoblastoma pode ser hereditário e não hereditário
  • Retinoblastoma Congênito (Hereditário): Ocorre em cerca de 30% dos casos; há uma alteração congênita no gene RB1 que está presente em todas as células do corpo; tende a ser bilateral (em ambos os olhos); na maioria das crianças, não existe histórico familiar deste tipo de câncer. Como todas as células do corpo têm o gene RB1 alterado, estas crianças têm também maior risco de desenvolver câncer em outras partes do corpo
  • Retinoblastoma Não Hereditário: ocorre em cerca de 70% dos casos de retinoblastoma; a alteração no gene RB1 se desenvolve por si próprio em uma única célula de um olho; geralmente é monocular (ocorre em um olho só); é frequentemente diagnosticado em idades mais avançadas do que a forma hereditária.
  • As células do retinoblastoma podem, ocasionalmente, se disseminar para outras partes do corpo. Algumas vezes, as células se desenvolvem ao longo do nervo óptico e chegam ao cérebro. As células do retinoblastoma também podem crescer através das camadas de revestimento do globo ocular, no globo ocular, nas pálpebras e nos tecidos adjacentes. Se a doença atingir os tecidos fora do globo ocular, o câncer pode se disseminar para os linfonodos e outros órgãos, como fígado, ossos e medula óssea.
  • Tratamento :

-Enucleação – é a extração cirúrgica do olho (globo ocular)
-Quimioterapia sistêmica – combinações de medicamentos para quimioterapia administrados por via oral ou intravenosa
-Quimioterapia intra-arterial – tratamento inclui medicamentos quimioterápicos injetados diretamente na artéria principal que fornece sangue para o olho
-Radioterapia
-Braquioterapia – utilização de adesivos contendo material radioativo
-Terapia a laser – radioterapia a laser
-Crioterapia – congelamento

Grupo de Trabalho de Oftalmologia
Dra. Viviane Lanzelotte