Setembro Amarelo: Prevenção ao suicídio

Anualmente, o dia 10 de setembro é reconhecido como Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. A estratégia é endossada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e estabelecida para o aumento da conscientização sobre a prevenção do suicídio globalmente.

O suicídio em crianças e adolescentes não pode ser compreendido como uma condição nova; clássicos e tradicionais tratados de pediatria, nacionais e internacionais, trazem há décadas esse tema. Mas é possível se entender e avaliar um aumento na incidência desse problema na realidade contemporânea pediátrica.

Os dados oficiais mais recentes do país publicados em 2024, numa compilação das notificações entre 2010 e 2021*, apontam uma tendência crescente da mortalidade no Brasil, após 2014. Em 2021, foi a 11ª  causa de morte no grupo de 5 a 14 anos e 3ª causa entre os de 15 a 19 anos. Desse modo, o suicídio tem se tornado um evento mais frequente, ainda mais se considerando as adolescências brasileiras.

Ter essa informação no horizonte clínico é se preocupar com a saúde mental das crianças e adolescentes, entendendo-a como uma dimensão de grande importância para o crescimento e desenvolvimento saudáveis. É também se assumir que, enquanto um fenômeno universal e problema de saúde pública, a prevenção do suicídio precisa ser encarada como uma questão de toda a sociedade e não apenas dos profissionais de saúde mental.

A prevenção das diversas formas de violência, a defesa de direitos humanos, a atenção às minorias, e a proteção de crianças e adolescentes nos ambientes digitais, desse modo, são estratégias potenciais na redução do sofrimento psíquico e, assim, na prevenção do suicídio de crianças e adolescentes.

Que esse tema possa seguir ganhando destaque na formação e no cenário assistencial dos pediatras brasileiros; e que a prática pediátrica consiga, com ética e responsabilidade, responder aos desafios epidemiológicos e contemporâneos.

*https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2024/boletim-epidemiologico-volume-55-no-04.pdf/view

Para mais informações:

Dr. Orli Carvalho

Pediatra. Psiquiatra da Infância e Adolescência. Membro Departamento de Saúde Mental da SOPERJ.