A SOPERJ participou do III Seminário produzido pelo FÓRUM PERMANENTE: MATERNIDADE, USO DE DROGAS E CONVIVÊNCIA FAMILIAR, cujo tema abordado foi Maternidade e Uso de Drogas: o que se propõe como alternativas de cuidados. O evento foi realizado na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJ, a convite do Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica.
O encontro reuniu profissionais das áreas da Saúde, da Assistência Social e do Poder Judiciário com o objetivo de discutir a questão das gestantes usuárias de drogas e em situação de rua. Além disso, houve debates sobre estratégias que possibilitassem a essas mulheres viver a maternidade/maternagem, cuidar de seus bebês, entendendo essa mulher/mãe como um ser de direitos e seu filho também, em consonância com o artigo 227 da Constituição Federal.
O Seminário contou com três mesas redondas: "A mulher no contexto de precariedade de vida. Situação de Rua. Uso de drogas, racismo e encarceramento", “Alternativas de cuidado ao uso prejudicial de drogas: mitos, redução de danos e aleitamento” e "Prevenindo a violação de direitos: ações de apoio sócio familiar no trabalho em rede". A segunda mesa foi coordenada pela pediatra Leda Amar de Aquino, membro da diretoria da SOPERJ.
O pediatra Antonio Carlos de Almeida Melo, membro dos Comitês de Aleitamento Materno e Perinatologia, também fez parte dessa segunda mesa, onde falou sobre as inúmeras situações em que o aleitamento materno é suspenso desnecessariamente. Segundo ele, a mulher só deve utilizar qualquer outra substância durante a gravidez e lactação, se isso for realmente necessário. “Em caso de uso de drogas durante a lactação, devem ser avaliados os prós e contras, antes de ser indicada a suspensão do aleitamento materno”, explicou pediatra em sua palestra.
A última mesa contou com a presença de profissionais do Espaço Eloos, inaugurado em maio desse ano. Trata-se de um projeto pioneiro, com metodologia inovadora, que utiliza serviços intersetoriais e uma proposta de trabalho em rede, como forma de proteger mulheres e bebês, preservando a convivência com a família nuclear e/ou extensa. O Espaço Eloos teve o seu trabalho interrompido, por falta de verbas, após três meses de funcionamento.
Essa última mesa contou também com a presença da pediatra Marcia Rocha Parisi, membro da Sociedade Mineira de Pediatria e Coordenadora entre 2009-2017 da Área Técnica de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Marcia Parisi falou da retirada compulsória de bebês de mães “prováveis usuárias de drogas” nas maternidades de Belo Horizonte, e chamou a atenção para o racismo, por tratarem-se de mulheres negras e pobres.