Antes de falar sobre o que é Alergia Alimentar, preciso lembrar que somente 8% das crianças no Brasil apresentam Alergia a algum alimento. Além disso, o mais comum não é Alergia ao alimento e sim a intolerância a esse alimento, que desencadeia sintomas restritos ao aparelho digestivo como dor abdominal, retenção de gases e diarréia, que dependem da quantidade do alimento ingerido. Ao contrário, a Alergia Alimentar, geralmente ocorre após a ingestão de pequenas quantidades do alimento, desencadeando sintomas minutos após ingerir o alimento, como coriza, coceira, vermelhidão e inchaço na pele, além de placas. Podem ocorrer também tosse, chiado, falta de ar, além de náuseas, vômitos, e em alguns casos reação grave alérgica, chamada de anafilática, que requer o uso da aplicação de adrenalina. O diagnóstico da Alergia alimentar é baseado na história dos sintomas, nos testes cutâneos e nos exames laboratoriais. Para a confirmação da alergia, muitas vezes é necessário o teste de provocação, mas este só deve ser feito por profissional habilitado e em ambiente hospitalar. Mas, preste atenção, se o seu filho apresenta exame positivo para alimento, quer seja teste cutâneo ou exame laboratorial, porém se ele ingere o alimento e não apresenta reação alérgica, seu filho não é alérgico, e este exame também não é indicativo de que ele possa apresentar alergia ao alimento no futuro. O tratamento para a alergia alimentar é a suspensão do alimento, ou dos alimentos que possam ter reação cruzada. A maioria das reações após o diagnóstico ocorre pela ingestão acidental do alimento. Portanto, não se esqueça de fazer a leitura atenta dos rótulos, não misturar talheres, orientar os professores nas escolas e, sempre que necessário portar adrenalina e treinar familiares e professores para a sua aplicação.
Abril / 2019