20. POLICONDRITE RECIDIVANTE: RELATO DE CASO

Autor:Magalhães Jr I, Carneiro B, Lima F, Ferreira RS, Fortes F, Fonseca A, Campos L, Aquino H, Kuschuir MCC, Sztajnbok F

Instituições: Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA-UERJ) e Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Rio de Janeiro.
Introdução: A policondrite recidivante é uma vasculite multissistêmica rara, caracterizada por um distúrbio inflamatório com curso episódico e geralmente progressivo, que acomete predominantemente a cartilagem das orelhas, nariz e árvore traqueobrônquica. A idade de início mais freqüente é de 40 a 50 anos e a primeira manifestação observada é comumente a condrite auricular, que ocorre em cerca de 40-90% dos casos. Objetivo: Relatar um caso de policondrite recidivante com manifestação inicial pouco comum (insuficiência respiratória aguda). Métodos: Relato do caso. Resultados (Caso): G.A.C.J., 17 anos, masculino, pardo, estudante, natural do Rio de Janeiro. Paciente iniciou há um mês quadro de artrite em tornozelo esquerdo e em articulações corto-confirais, sem outros sintomas. Houve remissão dos mesmos após tratamento com AINE até uma semana atrás, quando apresentou episódio súbito de dispnéia, com rápida progressão. Foi levado à emergência, onde chegou em franca insuficiência respiratória, quando foi traqueostomizado. Foi realizada broncoscopia que evidenciou edema difuso da árvore traqueobrônquica. Ao exame físico apresentava-se lúcido, em bom estado geral, orientado, hipocorado (+/4+), hidratado, acianótico, anictérico, traqueostomizado. ACV: RCR 2T, BNF sopro sistólico ++/6+, pancardíaco. P.A.: 120 x 80 mmHg. RC.: 74 bpm. Ap respiratório e abdome sem alterações. Ecocardiograma mostrou a presença de insuficiência aórtica. Posteriormente (cerca de 15 dias após o quadro respiratório), o paciente apresentou sinais de flogose e dor à palpação em orelha externa bilateral. Foi realizada biópsia desta, que evidenciou condrite inespecífica. Conclusão (discussão): Trata-se de um caso raro de policondrite recidivante com apresentação clínica inicial atípica, tendo em vista que apenas 25 % dos pacientes abrem o quadro com manifestações respiratórias.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003