24. PREVENÇÃO DA DESNUTRIÇÃO INFANTIL “UM ALERTA PARA VIDA”

Autor:Cavalcante Lima, L.; Souza Pessanha, J

APIC Associação de Proteção à Infância de Campos / C. dos Goytacazes
O Programa “Um Alerta para Vida” é o resultado do comprometimento da Instituição com a redução dos altos índices de morbi-mortalidade infantil, atacando as principais causas da desnutrição através de intervenção sistemática à crianças com déficit nutricional (baixo peso grave), na faixa etária de 6 meses a 5 anos, articulado ao programa de assistência integral ao pré-natal. A desnutrição é considerada como uma série de problemas decorrentes de deficiências na alimentação influenciando no processo de formação do sujeito, constituindo risco tanto a nível biológico como psicológico e social. As causas da desnutrição podem estar também relacionadas às condições do pré-natal como também à crises na estrutura familiar, fatores emocionais, cognitivos, físicos e principalmente à situação sócio econômica da família. Nesse sentido buscamos efetivar ações para estimular o crescimento e o desenvolvimento físico e mental sadio nos primeiros anos de vida da criança, dando suporte na área de saúde e assistência social, mobilizando as famílias e auxiliando-as na obtenção de recursos necessários bem como orientando-as sobre questões que envolvem a prevenção e o tratamento da desnutrição. O objetivo dessas ações é elevar o nível de saúde das crianças e suas famílias, combatendo a desnutrição e prevenindo doenças. Através do monitoramento do estado nutricional de todas as crianças atendidas, a equipe interdisciplinar pediatras, nutricionistas, assistentes sociais, endocrinologista e enfermeiras iniciam o tratamento das crianças desnutridas que são então acompanhadas individualmente e em grupo. Mensalmente é feita avaliação do crescimento e desenvolvimento de cada criança verificando a variação de peso e qualquer intercorrência no estado de saúde, como também são proferidas palestras educativas para as famílias e distribuídas bolsas de alimento e leite, como suplementação alimentar. Como resultado dessas ações verificamos que, no período de 12 meses, 70 % das crianças acompanhadas ganharam peso, 11 % perderam peso, 4 % mantiveram peso e 15 % abandonaram o tratamento. Em cada trimestre as causas da perda de peso sofreram variação mas a maior incidência ficou com a verminose e infecções. O perfil da clientela caracteriza-se por famílias com renda entre 1 e 2 salários mínimos, com quantidade de membros variando entre 4 e 6 pessoas onde a maioria das mães (73 %) tem companheiro fixo, 87 % delas não trabalham e das que trabalham 71 % são faxineiras ou empregadas domésticas e o grau de escolaridade é o fundamental incompleto. Acreditamos que só através do desenvolvimento de programas que envolvem ações de caráter preventivo e inclusivo com prestação de serviços na área da saúde, da educação e da assistência social é possível combater a desnutrição e conseqüentemente reduzir as taxas de mortalidade infantil em nosso pais.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003