6. APIC / PROGRAMA RESGATE: PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS USUÁRIOS

Autor:Cavalcante Lima, L.; Marques Pessanha, L.; Pereato, F; Azevedo, M.;

Associação de Proteção à infância de Campos / Programa Resgate, Campos dos Goytacazes, RJ.
Preocupados com o aumento do uso de drogas lícitas e ilícitas por parte dos adolescentes, a Instituição criou um programa para atender crianças e adolescentes usuários de drogas e dependentes químicos, de 8 a 18 anos, bem como a seus familiares. O objetivo do Programa Resgate é oferecer tratamento ambulatorial, não somente às crianças e aos adolescentes, como também às famílias. Os envolvidos com o uso de drogas sofrem perdas afetivas, escolares, financeiras, entre outras, e prejudicam a própria saúde. Visando atender a essa demanda, o Programa conta com uma equipe multidisciplinar composta de Assistentes Sociais, Conselheira em Dependência Química, Enfermeira, Médico Psiquiatra, Monitores, Psicólogas, Pedagoga, Professor de Educação Física, Terapeuta de Família, Terapeuta Ocupacional e estagiários, que se encontram em constante aperfeiçoamento através de cursos, seminários e, principalmente, supervisão mensal, que oferece atendimento terapêutico diário, individual e em grupo. Além disso oferece atividades diversas para os usuários: aula de percussão, aula de cavaquinho, aula de informática, oficina de silk-screan, reciclagem de papel, mosaico, atividades recreativas, atividades culturais e atividades esportivas. Para os familiares há atendimentos individuais, em grupo e oficinas de artesanato e culinária, aumentando sua auto-estima, preparando-os para o mercado de trabalho e possibilitando uma melhor qualidade de vida. A capacidade de atendimento mensal do Programa é de 80 casos, realizando, em média, 2000 (dois mil) atendimentos-mês. A equipe trabalha, além dos aspectos sociais, os aspectos psicodinâmicos que determinam a relação criança / adolescente e família com a vivência de exploração e uso de drogas. O perfil dos usuários atendidos no Programa mostra que 81 % são do sexo masculino, 63 % estão na faixa etária entre 16 e 18 anos; 84 % possuem o 1° grau incompleto; a renda per capta de 42,8 % das famílias está abaixo de R$ 100,00 ; a maconha é a droga de prevalência; 34,5 % usam drogas todos os dias; 16 % são usuários de drogas há mais de 2 anos; 25,8 % cometeram ato infracional; 50 % possuem familiar usuário de drogas e 30 % usam mais de um tipo de droga. Dos adolescentes atendidos pelo Programa, 16% tiveram alta. Com isso percebemos como o processo de reinserção social é fundamental no tratamento desse adolescente, como a volta à escola, os encaminhamentos a cursos e estágios que são oferecidos e solicitados pelo Programa em parceria com outras instituições, utilizando, assim, a Rede de Apoio do Município.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003