Ciência em foco

Publicado em: Junho de 2021
Título do artigo: “High rate of completion for weekly rifapentine plus isoniazid treatment in Chinese children with latent tuberculosis infection – A single center study“
Fonte de publicação: PLOS ONE, (https://doi.org/10.1371/journal.pone.0253159)
Autores: Yang H, Yang Y, Hu ZD, Xia L, Liu XH, Yu X et al.

Introdução:

Estima-se que existem 1,93 bilhões de pessoas infectadas pelo M tuberculosis (1/4 da população mundial), ou seja, com infecção latente da tuberculose (ILTB). Estudos sugerem que 5 a 15% destas podem evoluir para tuberculose (TB) ativa durante a vida. O tratamento preventivo para pessoas com alto risco para adoecimento é importante para o controle da TB e as crianças são um grupo populacional vulnerável. O esquema de tratamento 3 HP, consiste no uso da rifapentina, 1x na semana – total de 12 doses e isoniazida, diariamente por um período total de 3 meses, sendo liberado para crianças, adultos e gestantes.

Objetivos: Avaliar novo esquema de tratamento (3HP) para a ILTB em crianças, com ênfase na segurança e taxa de completitude do tratamento.

Tipo de Estudo:

Estudo cínico prospectivo. 

Metodologia:

Local do estudo: Centro Clínico de Saúde Pública de Shanghai
Período: Dezembro de 2019 a Novembro de 2020.
Incluídos menores de 14 anos com prova tuberculínica (PT) ou IGRA positivo e ausência de sinais de TB ativa. Coletados dados clínicos, demográficos e realizados exames laboratoriais para detecção de eventos adversos (classificados do nível 1 a 5).

Resultados:

Incluídas 31 crianças (exclusão de 5), mediana de idade igual a 5 anos, 61,5% meninos, 100% vacinadas com BCG e a maioria avaliada por ser contato de TB pulmonar. Todas as crianças que persistiram no estudo completaram o tratamento. Os efeitos adversos ocorreram em 38,5% das crianças e foram classificados como nível 1, sem necessidade de suspensão do tratamento. Os principais foram os gastrointestinais (dor abdominal e vômitos após medicação), seguido de sintomas gripais tonturas, espirros e/ou febre) e reações cutâneas (rash cutâneo e pigmentação na pele), sendo 1 caso com ambos (sintomas gripais e reações cutâneas). Todos melhoraram após o término do tratamento. Segundo o score de Naranjo os efeitos adversos foram classificados em relacionado ao medicamento (3,8%), provavelmente relacionado (7,7%) e possivelmente relacionado (23%).

Limitações:

Amostra pequena para determinar uma forte evidência sobre a ocorrência de efeitos adversos e acompanhamento de apenas um esquema de tratamento

Conclusão: As crianças toleraram bem o tratamento 3HP sem apresentar efeitos adversos graves e com boa adesão. Outro estudo apresentou maior taxa de efeitos adversos (8%).

Responsável pela revisão: Dra. Ana Paula Barbosa – Membro do Departamento de Doenças respiratórias da SOPERJ e PCT SMS São Gonçalo e Rio de Janeiro)