Comportamento suicida em adolescentes: preocupação que vem crescendo entre os pediatras

Uma preocupação que vem crescendo entre os pediatras é o comportamento suicida em adolescentes. E este foi o tema da palestra do pediatra e psiquiatra da infância e adolescência Orli Carvalho da Silva Filho, membro do Comitê de Saúde Mental e de Adolescência da SOPERJ, durante o CONSOPERJ 2018, realizado nos dias 9, 10 e 11 de outubro..

 

Ele lembrou que as famosas séries exibidas em canais específicos de televisão, muitas vezes trazem este assunto para o grande público e o levam para dentro das casas. No entanto, algumas vezes a modulação na qualidade no formato em que a temática do comportamento suicida é inserida, fere alguns princípios já estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde para a discussão da temática.

 

Nós, enquanto profissionais de saúde, devemos ter o cuidado e trabalhar este assunto junto com a mídia, para que isso venha sempre acompanhado de informações pertinentes sobre prevenção e tratamento, se apoiando nessa penetrância que a mídia tem – afirmou

 

Ao falar sobre o papel da escola, Dr Orli Carvalho afirmou que uma unidade escolar que está preocupada com a violência de gênero, com a violência interpessoal, com acidentes de trânsito e homicídios, está preocupada também com o comportamento suicida. “Se essa temática aparece em diferentes discussões da escola, se os professores e coordenadores estão empenhados nisso, vão conseguir reduzir a incidência de comportamento suicida”, acredita o psiquiatra.

 

Da mesma forma, o psiquiatra acredita que quando a escola promove um debate, uma reflexão mais específica, ela deve estar preparada para receber as demandas que podem surgir de uma intervenção. Falando especificamente do ambiente escolar, Dr Orli disse que um debate sobre suicídio na escola tem que ser antecedido de uma preocupação da própria coordenação como a de elencar profissionais para receberem esses alunos que possam ficar constrangidos e que venham a referir algum sofrimento. “Uma escola pública já deve pensar a articulação com a rede de saúde, definir estratégias, checar para quais as unidades pode vir a encaminhar esses alunos, caso precisem, e da mesma forma também ter espaço para chamar as famílias dos alunos que apresentem vulnerabilidade e sofrimentos após as intervenções ou ainda alunos que apresentem essa vulnerabilidades sofrimento e perda de funcionalidade durante ano letivo”, explicou.