CRIANÇAS DEVEM CUIDAR DA SAÚDE DESDE CEDO

Desde o início de sua vida a criança já pode – e deve – aprender a cultivar hábitos saudáveis. Os pais devem incentivar seus filhos a cuidar da própria saúde, com uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios. Segundo Marilene Crispino Santos, presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ), “os primeiros anos de vida são a época das ações básicas: aleitamento materno, vacinação, tratamento de infecções respiratórias, diarréia e desidratação e acompanhamento do crescimento”.
A criança deve saber, desde cedo, que há horários certos para as refeições e que não deve comer fora de hora. “Também não podemos esquecer de ensinar aos nossos filhos os bons hábitos de higiene, como tomar banho todos os dias, lavar as mãos antes das refeições e cortar as unhas”, ensina a presidente da SOPERJ.
Todos estes cuidados podem repercutir na redução de um dos índices mais preocupantes para os pediatras – o da tuberculose no país. A doença ainda é a causadora de 1.8 milhões de mortes por ano no mundo. Segundo dados da OMS, o Brasil está em 15º lugar neste ranking. “O fato de a tuberculose ser uma doença com profundas raízes sociais e estar intimamente ligada à pobreza e à má distribuição de renda, faz com que o Brasil seja foco deste mal”, diz o pneumologista Clemax Couto Sant’Anna, vice-presidente da SOPERJ. Para combater a doença o ideal é que seja aplicada a vacina BCG nos primeiros 30 dias de vida do bebê.
“Devemos alertar médicos e especialistas da área sobre como diagnosticar, prevenir e ajudar a sociedade a reduzir a magnitude dessa doença”, explica o pneumologista pediátrico. A tuberculose é uma doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões. A doença só é transmitida por quem estiver infectado com o bacilo nos pulmões. “O espirro de uma pessoa infectada joga no ar milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de 3,5 mil partículas são liberadas”, afirma o pneumologista.
Outra preocupação da SOPERJ foi tema do Dia Mundial da Saúde: a “Segurança no Trânsito”. Atualmente, segundo dados da OMS, já existem cerca de 1,2 milhão de mortes causadas por acidentes de trânsito. De acordo com o Denatran, o Brasil contabilizou, em 2000, 20.049 mortes, além de outras 358.762 pessoas feridas. “Quando os acidentes não matam, provocam traumatismos diversos, chegando até mesmo a inutilizar a pessoa para sempre”, afirma a presidente da SOPERJ, Marilene Crispino Santos. “Muitas vezes os acidentes acontecem por falta de atenção, mas o pior é quando eles acontecem pela falta de cuidado dos fabricantes de acessórios de segurança, como os cintos”, ressalta Marilene.
Testes já constataram que os cintos de segurança infantis não cumprem o papel de manter firme a criança em caso de colisão. Muitas vezes, mesmo utilizando adequadamente o cinto infantil, daqueles vendidos no mercado, a criança não está totalmente protegida. Estes resultados com cintos inadequados, já causaram repercussões e as empresas estão desenvolvendo um novo modelo que manterá a criança retida no banco. “Enquanto isso não acontece, o ideal é andar devagar, mantendo cautela e obrigando o uso do cinto de segurança, pois mal isto nunca vai fazer”, finaliza Marilene Crispino Santos.