Documento sobre Vacinação

O Grupo de Trabalho de Imunização da SOPERJ divulga documento com orientações e explicações sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos de idade.

Vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade contra a covid-19

Informações Práticas

GRUPO DE TRABALHO DE IMUNIZAÇÃO – SOPERJ

Presidente:
Isabella de Assis M. Ballalai

Membros:  Ana Rosa Castellões dos Santos, Flavio de Oliveira Czernocha, Patricia de Mattos Guttmann, Tania Cristina de M. Barros Petraglia.

A vacina:
  • A única vacina aprovada, no Brasil, para crianças entre 5 e 11 anos de idade é a vacina de mRNA do laboratório Pfizer (Cominarty®).
  • Para essa faixa etária, o volume da dose é equivalente a 1/3 (10 mcg em 0,2 ml) da formulação aprovada no Brasil para uso a partir de 12 anos (30 mcg em 0,3 ml).
  • A formulação de adultos não pode ser diluída para aplicação nesta faixa etária.
  • A apresentação pediátrica tem embalagem com coloração LARANJA para diferenciação e minimização de erros de aplicação. Após diluição, cada frasco contém 1,3 ml de suspensão injetável concentrada (10 doses/frasco) em embalagens com 10 frascos com tampa laranja.
  • A vacina é composta de RNA mensageiro (mRNA) de cadeia simples, embebido em nanopartículas lipídicas, tendo como excipientes: di-hexildecanoato de di-hexilaminobutanol, ditetradecilmetoxipolietilenoglicolacetamida, levoalfafosfatidilcolina distearoila, colesterol, trometamina, cloridrato de trometamina, sacarose, água para injetáveis.

Veja bula da vacina neste link 

Veja como a vacina funciona no site da SBIM , clicando no tópico “Vacinas disponíveis no Brasil”.

A recomendação:
  • Esquema de duas doses com intervalo de 8 semanas.
  • A criança que completar 12 anos entre a primeira e a segunda dose deve manter a dose pediátrica para a segunda dose.
  • Não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas e a recomendação atual é respeitar intervalo de 15 dias entre a vacina Cominarty® e qualquer outra vacina. Apesar de não constar, na nota técnica do Ministério da Saúde que recomenda a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade, entendemos que exceções a essa recomendação são justificáveis quando se considerar que os benefícios da vacinação superam os potenciais riscos desconhecidos da coadministração em intervalos menores, como em situações de urgência (p.ex., imunoprofilaxia para tétano no manejo de feridas em um indivíduo suscetível, administração de soros antiofídicos após acidente, profilaxia pós-exposição da raiva humana, para controle de surtos de sarampo ou de hepatite A).
  • Caso ocorram atrasos, o esquema vacinal deverá ser completado com a administração da segunda dose o mais rápido possível, sem necessidade de recomeçar o esquema.
  • Cada estado ou município tem autonomia para estabelecer seus calendários, considerando o quantitativo de vacinas disponível e suas particularidades demográficas e epidemiológicas.
  • Veja na nota técnica sobre vacinação e covid-19 neste link , na página 37, as comorbidades incluídas como prioritárias para a vacinação.
Contraindicações:
  • Hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer dos excipientes da vacina.
  • Crianças que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a uma dose anterior da vacina COVID-19 de mRNA.
Eventos adversos:
  • Principais sintomas esperados:
    • Locais: dor, inchaço, vermelhidão no local da injeção) e
    • Sistêmicos: febre, fadiga, dor de cabeça, calafrios, mialgia, artralgia, linfadenopatia

A vacina de mRNA – Comirnaty® – e o risco de miocardite e pericardite:

  • Casos de miocardite e pericardite têm sido relatados muito raramente após a vacinação com as vacinas de mRNA, entre elas Comirnaty®;
  • No ensaio de fase 3 que avaliou segurança e eficácia e permitiu o licenciamento nos Estados Unidos, Brasil e outros países, não houve nenhum caso de miocardite e pericardite entre as 1444 crianças de 5 a 11 anos vacinadas;
  • Os casos identificados até o momento ocorreram principalmente dentro de 14 dias após a vacinação, mais frequentemente após a segunda dose e entre adolescentes do sexo masculino e homens jovens;
  • Os casos de miocardite / pericardite relacionados à vacina evoluíram bem;
  • Segundo o CDC, aproximadamente 8,7 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 foram administradas em crianças de 5 a 11 anos – de 3 a 19 de dezembro de 2021
    • O Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) recebeu 4.249 notificações de eventos adversos após a vacinação com a vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 nesta faixa etária, dos quais:
      • 149 (97,6%) não eram graves.
      • Entre os 15 relatórios preliminares de miocardite identificados durante o período analítico, 11 foram confirmados. Dessas 11 crianças, 7 recuperadas e 4 estavam se recuperando no momento do relatório.
    • Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas de miocardite e pericardite e orientar seus pacientes a procurar atendimento médico imediato caso sintam dor no peito, dispneia ou palpitações.
Precauções:
  • Diante de quadro sugestivo ou confirmado de covid-19, a vacinação contra a covid-19 deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou do resultado positivo de PCR-RT.
  • Não existem restrições para aplicação da vacina em crianças com discrasias sanguíneas ou histórico de púrpura trombocitopenica.
  • É improvável que exista risco aumentado de eventos adversos em pacientes oncológicos, transplantados e demais situações de imunocomprometimento. Ainda que a eficácia possa estar comprometida em crianças imunocomprometidas, a vacinação é recomendada, salvo situações de contraindicações específicas.
  • Transplantados de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) perdem a imunidade protetora no pós-transplante. Esses indivíduos devem ter seu esquema vacinal refeito. O esquema deve ser iniciado preferencialmente após seis meses do TCTH, porém, a depender da situação epidemiológica local, a vacinação poderá ser realizada a partir de três meses pós-transplante.
  • Não há contraindicação da vacina para cardiopatas;
  • Não há contraindicação para a vacinação de crianças com histórico de alergia grave a medicamentos, ovo, leite ou outras vacinas.