Doença Mão-Pé-Boca

A Doença Mão-Pé-Boca (MPB) é uma infecção muito comum em crianças, geralmente causada por coxsackievírus
tipo A(6, 16) e EV-A71.

Coxsackievírus são vírus pertencentes a família dos Enterovírus. Causam uma grande variedade de doenças, especialmente em crianças pequenas.

A síndrome MPB foi descrita pela primeira vez na Nova Zelândia e no Canadá em 1957, com episódios ocorrendo em todo o mundo de forma esporádica.

Afeta com mais frequência bebês e crianças menores de 5 anos, porém pode acometer qualquer faixa etária.

A doença geralmente é benigna, mas muito contagiosa.  Já foram relatados surtos com erupções extensas e graves com evolução desfavorável. Pode se disseminar rapidamente em escolas e creches.

Transmissão:

O Coxsackievírus que causa doença MPB geralmente é transmitido por meio do contato pessoa a pessoa de diferentes maneiras, como:

  • Através de gotículas respiratórias que se propagam pelo ar por meio da fala, espirros e tosse.
  • Após tocar superfícies ou objetos contaminados com o vírus.
  • Outras maneiras: por meio do contato com as fezes de alguém com a infecção ou da mãe para o filho, durante o nascimento.

A partir do momento em que a criança é exposta à doença MPB, leva de 3 a 6 dias para que os primeiros sintomas apareçam. Isso é chamado de período de incubação.

A primeira semana após o início dos sintomas é o período de maior transmissibilidade da infecção.

Algumas vezes, as pessoas podem transmitir o vírus por dias ou semanas após o desaparecimento dos sintomas ou mesmo se estiverem assintomáticas.

 Manifestações clínicas:
  • A maioria das crianças apresenta sintomas leves por 7 a 10 dias.
  • A erupção cutânea é conhecida por estar localizada nas palmas das mãos, dedos, pés e dentro da boca.
  • Mas também podem ser encontradas no rosto, ao redor da boca, braços, joelhos, pernas, nádegas ou na área genital.
  • As lesões são geralmente manchas vermelhas e achatadas, às vezes com bolhas.
  • Os sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, dor de garganta, coriza, mal-estar e falta de apetite.
  • Alguns casos em 1 a 2 semanas podem evoluir com descamação dos dedos das mãos e dos pés.
  • Três a oito semanas após a infecção aguda pode ocorrer o descolamento da unha a partir da sua base, nas mãos e/ou pés.
  • A gravidade da doença e das lesões de pele está relacionada com a quantidade de vírus à qual a criança está exposta.
  • Uma criança pode ter infecções repetidas com o mesmo tipo de vírus ou vírus diferentes que causam doenças nas mãos, pés e boca.
Diagnóstico:

O diagnóstico, na maioria dos casos, é baseado em achados clínicos, sem necessidade de realização de exames laboratoriais.

Complicação:

A complicação mais frequente é a desidratação, devido principalmente à dificuldade de ingestão de líquidos pela presença de lesões aftosas na boca.

Bebês e pessoas com anormalidades do sistema imunológico podem ter maior chance de desenvolver outras complicações.

Prevenção e controle da propagação da doença:

Crianças e adultos devem adotar bons hábitos de lavagem das mãos para reduzir as chances de propagação do vírus.

Os pais e outros cuidadores que trocam fraldas, devem lavar as mãos com frequência e fazer a desinfecção das superfícies.

A higiene respiratória é importante na diminuição da disseminação de enterovírus dentro de famílias, creches e outras instituições.

Higienizar brinquedos que possam ter entrado em contato com a boca da criança.

Não compartilhar alimentos, bebidas e itens pessoais.

Tratamento:

Não há tratamento específico licenciado disponível para coxsackievírus ou qualquer um dos outros tipos de enterovírus.

A maioria das infecções é autolimitada e o tratamento feito com sintomáticos indicados pelo pediatra ou pelo serviço de saúde.

 

Bibliografia:

 Suely Kirzner – Departamento Científico de Saúde Escolar da SOPERJ – Setembro / 2022