DOR DO CRESCIMENTO

A dor do crescimento foi descrita pela primeira vez em 1823 por um médico francês que acreditava que essas dores eram causadas pelo rápido crescimento esquelético, porém não há comprovação científica de haver relação entre esta dor e o crescimento. Ainda hoje não se sabe sua causa exata.

A dor de crescimento ocorre geralmente em crianças entre os 3 e 12 anos de idade, tanto em meninos quanto meninas.

São dores que ocorrem geralmente nas pernas (nas coxas, canelas, panturrilhas ou atrás dos joelhos), sem haver um ponto doloroso específico e sem dor nas juntas (articulações). São dores de curta duração, que melhoram com massagens ou calor no local da dor. Ocorrem no fim da tarde ou durante a madrugada e podem até atrapalhar o sono, mas a criança acorda sem dor na manhã seguinte. Em muitos casos há história do mesmo tipo de dor nos pais ou irmãos.

A dor do crescimento é uma doença benigna, com boa evolução e desaparece, geralmente, em até 24 meses de seu início. A criança leva uma vida normal contando com bom suporte emocional da família e alívio da dor com massagem local ou calor. Em casos de dor muito intensa podem ser utilizados analgésicos ou até anti-inflamatórios. A prática de atividade física regular, como natação, pode também reduzir a frequência e intensidade das dores.

O diagnóstico é feito através dos sintomas apresentados pela criança e da ausência de alterações ao exame físico feito pelo médico. Apenas em caso de dúvidas quanto ao diagnóstico, o médico pode pedir exames de sangue e radiografias. Quando a criança apresentar febre, perda de peso ou houver alterações no exame físico, como vermelhidão, dor e inchaço nas articulações ou nas pernas, quando a dor começar pela manhã, quando a criança tiver dificuldade de andar, devem ser investigadas outras doenças.

 

Março / 2020

Paula Carolina da Rocha Silva
Reumatologista pediátrica
Membro do Departamento Científico de Reumatologia Pediátrica da SOPERJ