Febre amarela: SOPERJ realiza atividades para atualizar pediatras

A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ) realiza nesta quinta-feira, dia 1º de fevereiro, uma atividade voltada aos pediatras para a atualização da classe sobre a febre amarela. A presidente do Comitê de Infectologia da SOPERJ, Tânia Petraglia, organizadora do evento, diz que os médicos terão um curso de atualização sobre a doença e explica que, no encontro, “serão abordados os aspectos epidemiológicos da Febre Amarela, a parte clínica e, principalmente, a parte de vacinação para esclarecer os pediatras em geral sobre as estratégias para esta campanha e também para o enfrentamento dessa situação epidemiológica que é nova no nosso Estado”, completa.

A necessidade de se chamar a atenção sobre a importância da doença será enfatizada aos pediatras. “Vivemos um cenário epidemiológico, em que temos várias doenças que podem mimetizar a Febre Amarela. Temos outras arboviroses  circulando  e que, nessa fase inicial, geralmente pouco sintomáticas, podem ser confundidas com outras arboviroses. O pediatra precisa ter noção dessa situação, pois as arboviroses podem confundir o diagnóstico. E é importante também que o pediatra tenha conhecimento do que está acontecendo no Estado, da situação epidemiológica, para que ele fique atento e não deixe passar nenhuma doença sem diagnóstico”, diz ela.

Tânia Petraglia ressalta que é importante conhecer a clínica, a condução do caso diante de uma suspeita de Febre Amarela e, também, as medidas preventivas.  Segundo a médica, pediatras de serviço público ou privado poderão agir como multiplicadores, sensibilizando a população para a importância da vacinação. “Além desses aspectos, temos de sinalizar a importância de se conscientizar a população durante o atendimento, ou em qualquer outra abordagem, com relação à preservação dos macacos. Eles, na verdade, são nossos grandes aliados porque a Febre Amarela que estamos vivendo no momento é uma doença silvestre e não urbana”, esclarece.

A presidente do Comitê de Infectologia da SOPERJ ressalta a importância da preservação dos macacos. “Sem os macacos nós não temos como saber por onde está passando esse vírus, que a gente identifica pela morte deste animal. Ou seja, eles são fundamentais como sentinelas para nos mostrar o caminho do vírus. Esse é um aspecto fundamental: os macacos devem ser preservados! A população não pode matar os macacos porque eles estão nos defendendo. São nosso sentinelas. E o médico tem a obrigação de esclarecer isso, seja no setor privado ou no público. Precisamos ter uma voz que realmente dê confiança à população. Ela precisa entender que não pode matar o macaco. Isso é tão importante quanto vacinar. É tudo um conjunto para enfrentarmos a situação da Febre Amarela silvestre. O Estado do Rio de Janeiro vive uma situação importante e a atuação do pediatra será fundamental”, conclui a Dra. Tânia Petraglia.