Crianças que conseguem estender as articulações além do habitual, como abertura das pernas, extensão dos cotovelos, ou que conseguem colocar as mãos espalmadas no chão com os joelhos estendidos sem dobrar as pernas de forma natural, entre outros movimentos das articulações com amplitude maior que o normal, podem ter o que chamamos de hipermobilidade articular. Essas crianças podem apresentar dor, tanto nas articulações como nos músculos próximos, especialmente ao final do dia e após esforço físico. É mais comum nas meninas. Geralmente as dores melhoram com analgésicos comuns e com repouso e massagem. Em alguns casos mais raros, essa mobilidade exacerbada está associada a síndromes ou doenças genéticas, como as síndromes de Down, Marfan e Ehlers-Danlos. O diagnóstico correto e a diferenciação de outras causas de dor articular devem ser feitos pelo pediatra, eventualmente com ajuda de um reumatologista pediátrico.
O foco do tratamento é o reforço muscular com atividade física regular que não traumatize a articulação e fortaleça o músculo, como ocorre na natação. Atividades físicas competitivas, que exijam da criança esforço intenso, devem ser evitadas.
Andrea Valentim Goldenzon
Membro do Departamento de Reumatologia Pediátrica da SOPERJ