O que fazer quando uma criança de mais de 1 ano “troca” a comida de sal pelo leite materno e fica com o peso abaixo do ideal para sua idade?

Autor:José Vicente de Vasconcellos

Quando usamos o gráfico do NCHS (National Center for Health Statistics, Ohio, EUA), podemos achar que uma criança está realmente abaixo da média, mas este gráfico foi produzido para crianças que recebiam leite de vaca ¨in natura¨ e não leite materno. Não é, portanto, um gráfico ideal para crianças amamentadas ao peito. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já está elaborando um novo gráfico para crianças em aleitamento materno, corrigindo este erro.
É muito comum uma criança nesta fase não querer comer, o que pode ser normal. O leite materno é ainda um alimento adequado para esta idade, possuindo todos os elementos para a perfeita nutrição da criança, não existindo leite fraco ou inadequado.
O que pode acontecer é que a criança seja muito ligada à mãe e goste muito da amamentação, fato que pode contribuir para a não aceitação da comida de sal e o desejo de mamar a toda hora. Aqui estão algumas sugestões para contornar a situação:
1- Outra pessoa, e não a mãe, oferecer a comida de sal.
2- A criança deve receber a refeição da família, e não sopas ou papas de bebê, pois nesta idade ela não tem mais atração por estes alimentos.
3- A criança deve comer com a família, na mesma hora, a mesma comida e deve-se deixá-la pegar, sentir os alimentos e usar os talheres. Hora do almoço, é almoço; jantar, é jantar, não substituindo por outro tipo de alimentação.
4- Ver outras crianças comendo, na creche, nas festas, no vizinho, etc…
Enfim, pode-se manter a criança no peito até os 2 anos ou mais (recomendação da OMS) pois o leite materno ainda é muito importante até esta idade e a mãe não prejudica a criança por manter a amamentação. É muito importante, entretanto, insistir sem forçar, a ingestão de outros tipos de alimento que também são muito importantes para a criança.
José Vicente de Vasconcellos
Presidente do Comitê de Aleitamento Materno – SOPERJ – Triênio 2004-2006

Fonte:SOPERJ