O vírus da temporada

Doenças de verão derrubam o carioca
Lívia de Almeida
Lá fora o sol brilha e o calor beira os 40 graus. Dentro de casa, a temperatura também pode andar alta. O corpo dói, não dá vontade de sair da cama. Com certeza, é alguma das viroses típicas do verão em ação. O jeito é relaxar. “Não adianta. O calor da estação extenua, diminui nossas defesas. A gente se sente mais cansada. Além disso, não há como escapar de ambientes fechados com ar condicionado fortíssimo. E como evitar aglomerações em ocasiões como o Carnaval? Basta um estar infectado, e o vírus logo se difunde”, diz Marisa Aloy, do comitê de infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a médica, não se trata de gripe, mas o “resfriado de verão” está botando gente grande e pequena de cama. Outra explicação para a alta incidência de viroses nesta época do ano é justamente a temporada de férias na cidade. “A população carioca é aumentada por visitantes de fora, muitos estrangeiros, que trazem vírus novos. Eles contaminam a população com facilidade porque, quando aparecem, os cariocas ainda não desenvolveram defesas contra eles”, explica Marisa.
A superintendente de vigilância e saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Mary Baran, conta que o aumento do movimento turístico às vezes até antecipa a temporada de gripe, aquela provocada pelo vírus conhecido como influenza. “No Hemisfério Norte, agora é inverno e estação da gripe”, diz. Além da virose que ataca o sistema respiratório, também anda sendo figurinha fácil nos consultórios a virose com efeitos devastadores no tubo digestivo. “Constatei o aparecimento de casos no meu consultório até antes dos de virose respiratória”, conta Fátima Coutinho, presidente da Sociedade de Pediatria do estado. Ela explica que o vírus culpado não foi identificado e que o número de casos não configura uma epidemia. “Não sabemos sequer se as duas viroses são provocadas pelo mesmo vírus”, ressalva. Vale lembrar que a estação é propícia para perturbações digestivas de todos os tipos. “Os alimentos podem se deteriorar mais rapidamente e o mar não é tão limpo como deveria ser e ocasionalmente traz em suas águas organismos enteropatógenos”, diz Marisa Aloy. Boa alimentação, hidratação e repouso adequado são conselhos que se aplicam em qualquer estação.
Os cuidados
A automedicação é um perigo. Antibióticos só devem ser usados com orientação médica
Reposição de líquidos e muito repouso são práticas fundamentais
Em caso de febre, podem-se tomar antitérmicos
Se a febre e os sintomas persistirem por mais de três dias, deve-se procurar o médico para avaliar se há alguma complicação. Bactérias podem se aproveitar da situação para se multiplicar.

Fonte:http://veja.abril.com.br/vejarj/140307/saude.html