Os Bons Resultados na PNDS 2006

Os resultados da PNDS 2006 (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde) realizada em todo o Brasil com mulheres em idade fértil e crianças menores de 5 anos foram divulgados em julho deste ano pelo Ministério da Saúde. Comparando com a PNDS 1996, fica claro que houve redução da desnutrição infantil e queda de 44% da mortalidade infantil – um dos objetivos do milênio adotados pelo Brasil e monitorado pela OMS.
Dentre as principais ações que contribuíram para a redução da mortalidade infantil destacam-se: TRO, implementação alimentar, incremento na educação da mulher, melhorias no saneamento básico, intensificação dos programas de imunização e aumento da prática de aleitamento materno (AM). Este aumento é evidenciado em todos os índices, como destaca a pesquisa: o AM na primeira hora de vida passou de 33% para 43%, o AM nas primeiras 24 horas passou de 70,8% para 99,5%, a duração do AM exclusivo subiu de 1 mês para 2,2 meses e a média de duração da amamentação associada a outros alimentos aumentou de 7 para 9,3 meses. Apesar de estarmos longe do ideal e do preconizado pelo MS, constata-se melhora global dos nossos índices.
Isto se deu por uma ação conjunta do Ministério da Saúde, governos, políticas públicas e um empenho grande dos profissionais de saúde e da sociedade, que se mostra mais consciente da importância da amamentação. O incentivo à amamentação deve acontecer desde a mais tenra idade com as crianças e deve ser acentuado a partir do pré-natal.
Aproveitando o tema da SMAM 2008 – Amamentação: participe e apóie a mulher -, deve-se chamar a atenção dos pediatras para esta questão. Toda a sociedade deve apoiar a mulher desde a gravidez, durante e após o nascimento do bebê, mas os pediatras têm um papel de destaque nesta questão. Nos primeiros dias e meses após o parto mantém-se um contato muito estreito com o bebê, sua mãe e sua família e é preciso aproveitar esta oportunidade para agir mais intensamente.
Além das dificuldades habitualmente encontradas nos primeiros dias, tais como dificuldades na pega, baixa produção de leite, ingurgitamento mamário e fissuras, conhece-se bem a fragilidade psíquica e emocional de algumas mulheres neste período. Cabe ao pediatra ajudar a díade mãe-bebê levando-o ao seio ainda na sala-de-parto, propiciando o contato pele-a-pele e que a primeira mamada ocorra na primeira hora após o nascimento. Com estas ações aumenta-se a afetividade desta mulher, além de favorecer a descida mais rápida do leite e o estabelecimento das primeiras mamadas. Estatísticas apontam que com estas medidas poderiam ser evitadas muitas mortes de bebês até o primeiro ano de vida no Brasil.
Podemos perceber que algumas mulheres e suas famílias desconhecem a importância e as vantagens do aleitamento materno. Sendo assim, na alta e nas consultas subseqüentes deve-se incentivar e esclarecer dúvidas deixando sempre claro as vantagens da amamentação, não só para o bebê, mas também para a mulher, sua família e para a sociedade.
Você poderá encontrar os resultados da PNDS 2006 no site da SOPERJ (www.soperj.org.br) e no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).