Recomendações aos pediatras que trabalham com adolescentes

Autor: Maria de Fátima Coutinho

1. O respeito ao sigilo é fundamental para que o adolescente se sinta à vontade para conversar sobre questões delicadas como as relacionadas com a sexualidade, o uso de drogas, a violência e as relações familiares.

É preciso que durante a consulta se garanta um espaço para que o adolescente possa conversar a sós com o pediatra. Este direito está garantido no Código de Ética Médica e no Estatuto da Criança e do Adolescente

Estatuto da Criança e do Adolescente

Capítulo II – Do direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

VII – buscar refúgio, auxílio e orientação

Art 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

2. Muitas adolescentes procuram o pediatra para o acompanhamento de seus próprios filhos. Essa é uma oportunidade importante para o fortalecimento de vínculos entre mãe e bebê e para a orientação sobre contracepção e retorno à escola. Caso a avó esteja presente à consulta ela deve ser orientada a apoiar a adolescente, jamais a substituindo no papel de mãe. O pai da criança, especialmente se for jovem, deve merecer uma atenção especial, sendo convidado a participar da consulta e envolver-se no cuidado com a criança

Maria de Fátima Coutinho

Presidente do Comitê de Adolescência

Fonte: Boletim Informativo da SOPERJ – Vol. 06 – nº 01