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Rinite alérgica é um processo inflamatório que acontece nas vias aéreas superiores (nariz), quase sempre acompanhado de sintomas nos olhos e no faringe. Segundo o pediatra Carlos Loja, presidente do Comitê de Alergia e Imunologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ), a doença caracteriza-se por crises freqüentes de espirros, coriza, obstrução nasal, coceira nos olhos, ouvidos e garganta, causando um desconforto leve, moderado ou grave, na dependência da intensidade das crises.
Muitas das vezes, a rinite é confundida com um quadro gripal de origem infecciosa viral. Crianças ou adultos que apresentam esses sintomas alérgicos têm normalmente pais ou outros ascendentes familiares alérgicos, demonstrando um caráter hereditário do processo – explica o especialista.
No Brasil, os sintomas são na maioria perenes, isto é, acontecem o ano todo, havendo agravamento no período do outono e inverno devido às mudanças bruscas de tempo, maior umidade relativa do ar e maior exposição dos alérgicos a ambientes fechados. Ainda, nessa época não se praticam tanto as atividades ao ar livre, e portanto ocorre maior exposição aos alergenos no interior das casas.
Esses alergenos são representados na maior parte das vezes pelos ácaros, minúsculos insetos microscópicos da família das aranhas, encontrados principalmente na poeira domiciliar, nos colchões e travesseiros, nos bichinhos de pelúcia, nas almofadas que abraçamos e, sobretudo, no quarto de dormir. Além dos ácaros, outros alergenos importantes no nosso meio são os fungos encontrados no ar atmosférico, principalmente nos períodos do ano de maior umidade. Alguns alérgicos também têm sensibilidade para animais domésticos (cão e gato) e até para baratas.
O diagnóstico da(s) causa(s) é realizado pelo alergista, através de testes cutâneos cujo resultado aparece em 15 a 20 minutos. Atualmente, pode-se também fazer o diagnóstico através do exame de sangue, dosando o anticorpo causador da alergia (IgE) específico para cada alergeno que desconfiamos ser o causador, baseando-se na história clínica do cliente.
Carlos Loja esclarece que o tratamento da crise de rinite alérgica consiste no uso de medicamentos anti-alérgicos chamados anti-histamínicos. A terapia também abrange a prevenção dos sintomas através de medicações tópicas nasais como os próprios anti-histamínicos e corticosteróides. “Atualmente, a terapia especializada específica para o processo alérgico é a imunoterapia, que consiste na aplicação de vacinas que dessensibilizam o paciente aos alergenos que causam a crise. Além disso, devem ser tomadas certas medidas em casa, como não ter tapetes ou carpetes, por exemplo, para minimizar a exposição aos principais causadores de alergia respiratória”, conclui o médico.
Fonte:SOPERJ