SARAMPO: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Até a semana epidemiológica 26, já são quase 6.000 casos confirmados de sarampo no Brasil, e o Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de casos.

O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde, publica semanalmente o Informe Semanal Sarampo em seu Boletim Epidemiológico (BE). De acordo com o BE Vol. 51 | No 28 | Jul. 2020 (semanas epidemiológicas 1 a 26, 2020), o país permanece com surto de sarampo nas cinco regiões. A Região Norte apresenta cinco (71,4%) estados com surto, a Região Nordeste seis (66,7%), a Região Sudeste três (75,0%), a Região Sul três (100,0%), e a Região Centro-Oeste quatro (100,0%) estados.

Entre as semanas epidemiológicas de 01 a 26 de 2020 (29/12/2019 a 27/06/2020), foram notificados 12.508 casos de sarampo, confirmados 5.642 (45,1%), descartados 5.500 (44,0%) e estão em investigação 1.366 (10,9%).

Os estados do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina concentram o maior número de casos confirmados de sarampo, totalizando 5.476 (97,1%). O Estado do Rio de Janeiro é o segundo com mais casos (1.192) que representam 21,11% do total de casos no país.

Os óbitos por sarampo ocorreram nos estados do Pará 3 (60,0%), Rio de Janeiro 1 (20,0%) e São Paulo 1 (20,0%).

Acompanhe a situação epidemiológica do sarampo no Brasil em https://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos

VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO

Recomendações da SBP e/ou da SBIm

  • Crianças – aos 12 e 15 meses de idade (ou, em caso de atrasos, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas).
    • Dose zero – vacinação aos 6 meses de idade. Menores de 1 ano apresentam a maior taxa de incidência, daí a importância de iniciar a vacinação precocemente. No entanto a eficácia da vacina aplicada antes da idade de 1 ano pode sofrer interferência de anticorpos maternos e, por isso, as doses rotineiras recomendadas ao 12 e 15 meses de idade deverão ser aplicadas, independentemente da aplicação da dose zero.
  • Adolescentes não vacinados – duas doses com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
  • Adolescentes que receberam uma dose anteriormente – uma dose.
  • Adultos (sem limite de idade) sem histórico da doença e não vacinados ou com dose de vacina sarampo antes da idade de 12 meses – duas doses com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
    • Estratégia de vacinação indiscriminada para pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos de idade adotada pelo Ministério da Saúde: uma dose da vacina, independentemente do histórico vacinal. A maioria dos casos (em número absolutos) ocorre nesse grupo que colaboram com a disseminação do vírus. As baixas coberturas vacinais, e o elevado quantitativo de pessoas suscetíveis ao adoecimento em todo o País.

Vacinação segura na pandemia da Covid-19

A vacinação é considerada serviço essencial e não pode ser negligenciada nesse momento. Segundo a OMS, a descontinuidade da vacinação — mesmo que por breves períodos, — aumenta o número de indivíduos suscetíveis e a probabilidade de surtos de doenças evitáveis por vacinas. As consequências são o crescimento da morbidade e mortalidade, em especial em lactentes e outros grupos vulneráveis.

Desde que adotados cuidados especiais, pela população e pelos profissionais da saúde envolvidos com a vacinação, a vacinação é segura, mesmo na pandemia.

Com o objetivo de conscientizar especialistas e o público em geral sobre a importância de não postergar a vacinação por causa do novo coronavírus (Sars-COV-2), a SBIm — em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) — realizou a campanha “Vacinação em dia, mesmo na pandemia”.

Conheça as recomendações para uma vacinação segura, mesmo na pandemia em: https://www.sbp.com.br/especiais/pandemia-e-imunizacoes/

Isabella Ballalai

Presidente do Grupo de Trabalho de Imunizações

Julho / 2020