A Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro (SOPERJ) promoveu, em setembro, no Centro de Estudos do Instituto Fernandes Figueira, a “Jornada de Adolescência”, que teve como tema “Atenção à Saúde do Adolescente”. Segundo a pediatra Therezinha Cruz, do Comitê de Adolescência da SOPERJ, temas como obesidade, anorexia, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez tomaram conta da pauta, pois os índices apurados pelo Ministério da Saúde são preocupantes. As DSTs estão entre as cinco principais causas de procura aos serviços de saúde e 1 entre 20 adolescentes adquire uma infecção a cada ano.
A gravidez é responsável por mais da metade das internações de adolescentes, com índices de 10.33%, entre 10 e 14 anos, e 65.92% entre 15 e 19 anos.
No Brasil, cerca de 20% dos nascidos-vivos são filhos de adolescentes. “No caso de AIDS na adolescência, 4172 casos foram notificados ate junho de 2000, e fica evidente um crescimento que obedece a quatro tendências principais da evolução da doença no país:
interiorização, a feminização, a pauperização e a diminuição da faixa etária das pessoas atingidas”, diz Therezinha Cruz. A questão da alimentação também preocupa os pediatras.
Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a ocorrência de obesidade na população adulta e infantil é maior que a ocorrência de desnutrição.
Segundo a pesquisa do Ministério da Saúde, adolescentes obesos, com idade de 10 a 13 anos, foram descritos como tendo uma probabilidade 70% maior de persistência da obesidade na vida adulta. Por outro lado, os dois transtornos alimentares mais comuns entre os jovens são a anorexia nervosa e a bulimia, ocorrendo mais no sexo feminino.
“A anorexia nervosa inicia-se, freqüentemente, entre 13 e 17 anos.
Já o inicio dos sintomas da bulimia ocorre, em média, por volta dos 20 anos”, esclarece a presidente do comitê.
Estudos indicam que as taxas de anorexia nervosa variam de 0,5% a 1% em adolescentes do sexo feminino.
Já para a bulimia, a prevalência é um pouco mais alta, atingindo de 1% a 3% das mulheres jovens.
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