Sexualidade nos adolescentes portadores de necessidades especiais

A sexualidade é um fenômeno natural do ser humano e extremamente importante para a vida afetiva das pessoas. Esta não deve ser reprimida, mas sim trabalhada com uma educação sexual eficaz, de um modo próprio, para que esses adolescentes consigam entender de acordo com suas limitações, as mudanças que estão ocorrendo neles.

 

Deve-se utilizar uma linguagem de acordo com suas necessidades, ou seja, baseado no pensamento concreto, modo pelo qual eles enxergam o mundo. A sexualidade deles surge da mesma maneira que nos outros adolescentes. Porém, dependendo do grau de comprometimento e da inclusão social deles, a maneira pela qual se demonstra é diferente. Os impulsos são os mesmos, a diferença esta na colocação dos limites, sempre mostrando o comportamento adequado e o não adequado.

 

Isto lhes dá a noção de responsabilidade e garante um bom relacionamento com os outros. Como eles são na maioria das vezes privados do convívio social, apresentam dificuldades de compreender o que é um comportamento apropriado. Também, é comum não terem privacidade, dificultando a compreensão do que é privado e o que é público.Ainda, os preconceitos ligados à sexualidade unem-se aos ligados à deficiência, dando a falsa impressão que estes adolescentes têm a sua sexualidade mais acentuada.

 

A escola, para muitos deles, é o único local de convívio social, logo é geralmente lá que fazem amigos, se relacionam, conversam, produzem-se, criam ídolos e trocam notícias e questionamentos. Também é lá que percebem novos sentimentos, iniciando os namoros. É durante a adolescência que o portador de necessidade especial agrava suas dificuldades de socialização, por ser mais impulsivo e possuir menor senso crítico. Por esses motivos, o namoro deve ser incentivado dentro do próprio grupo social do adolescente, sempre lembrando que lá ele procurará os seus parceiros, havendo menor perda da sua auto-estima. Os pais que sempre incentivaram sua independência e crescimento, nesta fase, tornam-se dúbios, porque fica difícil lidar com a liberdade de escolha que eles adquiriram, vendo como exageradas estas atitudes que são idênticas a de qualquer adolescente.

 

A educação sexual deve ser objetiva e de fácil compreensão, dando a estes adolescentes informações sobre a sua sexualidade, reprodução, contracepção, prevenção de DST/AIDS e abuso sexual. É necessário também orientá-los sobre a masturbação, mostrando-lhes que existem limites quanto ao local, tempo, horário e freqüência. Além disso, devem ser dadas noções de higiene e conhecimento do próprio corpo, principalmente para as meninas na fase da menstruação.

 

De acordo com as suas necessidades, limitações e a maneira como a educação sexual é apresentada, todos têm sua capacidade própria de aprender. Devemos orientar estes adolescentes sobre a sua sexualidade, e as formas socialmente viáveis de vivenciá-la, oferecendo-lhes uma vida mais protegida e feliz.