Sífilis: História, Ciência, Arte

“Sim, é possível eliminar a sífilis congênita no Brasil”. É com essa frase de impacto que o médico e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dr. Mauro Romero, costuma abrir suas falas sobre a sífilis, doença que estuda e trata há mais de quatro décadas.

Com uma origem incerta e uma história de mais do que 500 anos, a sífilis, infelizmente, não é uma doença do passado. Ainda é sério problema de saúde pública (SUS e medicina privada) no Brasil, e porque não dizer em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são mais de 7 milhões de casos por ano no mundo.

Pensando nesse cenário, os idealizadores criaram a exposição “Sífilis: História, Ciência, Arte”, que está em exibição no Centro Cultural Paço Imperial, de 17 de novembro a 20 de fevereiro de 2022. A visitação é de terça a domingo, das 12h às 17h, e a entrada é gratuita.

A mostra tem como objetivo difundir conhecimento sobre a doença pelo viés da educação em saúde. A exposição estimula o visitante a não só conhecer mais sobre a sífilis, mas a adotar medidas de prevenção e controle da infecção.

– Até onde eu saiba, essa é a primeira iniciativa no mundo que usa a arte, em conjunto no mesmo local com dados históricos e científicos, para discutir conhecimentos sobre a sífilis. Acredito que ela será um marco para a conscientização da população, profissionais de saúde e gestores no Brasil – afirmou Dr. Romero, que também é curador emérito da mostra.

Sobre a Sífilis

Ainda que tenha tratamento e cura, a sífilis pode levar o paciente a graves complicações, inclusive ao óbito. Uma de suas manifestações mais danosas é a sífilis congênita, transmitida para o bebê durante a gestação ou parto. A sífilis congênita é doença sinalizadora de sérios problemas na atenção, e gestão, da saúde do município.

Em 2020, segundo o site www.indicadoressifilis.aids.gov.br, foram 22.065 casos de sífilis congênita registrados no Brasil, com 186 óbitos. Além disso, 56,4% das crianças que nasceram com sífilis congênita vieram de mães com idade entre 20 e 29 anos. Todavia, alega Dr. Mauro, dados recebidos diretamente da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro revelam que no nosso estado foram notificados 213 óbitos por sífilis congênita, em 2020.

Assim, além da necessidade de maiores e melhores trabalhos na atenção direta às pessoas, precisamos ajustar os nossos sistemas de informações e dar amplitude ao comportamento de tolerância zero para sífilis congênita. Até porque, precisamos encarar a realidade da existência de prevaricação.

Serviço

Sífilis: História, Ciência, Arte

  • Data: 17 de novembro de 2021 a 20 de fevereiro de 2022
  • Local: Centro Cultural do Patrimônio – Paço Imperial (CCPPI) – Praça XV de Novembro, 48, 2º pavimento – Centro, Rio de Janeiro
  • Visitação: de terça a domingo, das 12h às 18h. Entrada franca

Dr. Mauro Romero Leal Passos, curador emérito, médico professor titular chefe do Setor de DST da Universidade Federal Fluminense, fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de DST, fundador e editor-chefe do Jornal Brasileiro de DST (único periódico científico aberto na América Latina – maurodst@gmail.com)

Exposição concebida pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, Centro Cultural do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) Ministério da Saúde, Setor de DST da Universidade Federal Fluminense, Sociedade Brasileira de DST, Laboratório de Inovação em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte busca difundir conhecimento sobre uma doença antiga. (Foto: Centro Cultural do Ministério da Saúde – CCMS)