TOXOPLASMOSE E COMPROMETIMENTO OCULAR

Na campanha TODOS CONTRA A TOXOPLASMOSE, a SOPERJ, através do seu GT de Oftalmologia, apoia a Sociedade Brasileira de Uveítes (SBU) em parceria com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

A toxoplasmose é uma doença de grande prevalência mundial e o Brasil desponta como um dos países com maior número de casos no mundo. A doença na maioria das vezes é assintomática, porém, quando acomete as gestantes, pode causar sérios danos ao feto.

Entre as lesões, que podem ocorrer em vários órgãos do bebê, as principais são as que comprometem o sistema nervoso central (cérebro) e o olho (retina). As lesões do SNC, calcificações cerebrais e microcefalia, por exemplo, podem provocar atraso de desenvolvimento, com comprometimento motor, da fala e do aprendizado. As lesões oculares mais comuns (coriorretinite) podem comprometer a área macular e causar deficiência visual e até cegueira.  Além da coriorretinite, o acometimento ocular pode cursar com catarata, microftalmia e atrofia do nervo óptico, entre outras questões.

A prevenção da infecção da gestante é a melhor forma de prevenir a infecção do feto, uma vez que o tratamento da mãe não impede completamente a transmissão para o bebê. O diagnóstico precoce e tratamento imediato do recém-nascido que foi infectado intraútero garante melhor prognóstico visual e do desenvolvimento psicomotor no futuro.

O protozoário Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, é encontrado no trato intestinal de vários animais, principalmente do gato. Uma vez que são eliminados nas fezes podem contaminar o solo e vegetais, os ambientes domésticos e a água. Animais, cujas carnes são utilizadas para consumo, também podem ser infectados quando pastam nesses locais contaminados e transmitir a doença através da sua carne malcozida. É importante ressaltar que gatos criados em casa, que não vão à rua e se alimentam de ração, dificilmente serão portadores do T. gondii.

Como, então, prevenir a infecção da gestante pelo Toxoplasma e assim evitar a infecção fetal?

  • evite comer alimentos crus e não prove a carne crua durante a preparação;
  • coma verduras e legumes sempre bem lavados, se não for possível, coma apenas legumes cozidos e frutas com casca (como banana e tangerina, por exemplo);
  •  congele a carne por 3 dias, a 15º C negativos;
  •  lave bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; se estiver gestante, procure usar luvas;
  • lave bem as mãos após contato com gatos;
  • mantenha seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; nunca lhe dê carne crua; evite que ele ande pelas ruas. Se não for possível, ponha um pequeno chocalho no pescoço do animal para que ele não consiga “caçar”;
  • a caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada 3 dias e colocada ao sol com frequência;
  • os cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato, evite acariciar animais soltos e só leve seu cão para passear em ambientes limpos;
  • controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais;
  • lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim). Gestantes devem evitar essa atividade ou utilizar luvas;
  • a água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo.

Divulgue essa informação. Juntos podemos combater a toxoplasmose congênita.

Agosto / 2021.