Determinação e coragem são fundamentais para vencer o que parece ser impossível para todos nós
Quando eu tinha quatro anos, fui diagnosticado com um câncer inoperável. Em um ato de coragem e desespero, eu e minha mãe, que morávamos em Recife, viemos para o Rio de Janeiro com a última esperança de conseguir um tratamento. Após vários “nãos” do médico, que mais tarde viria a ser o meu cirurgião, minha mãe disse a ele que poderia me operar, não com a intenção de me curar, mas sim para aprender com o meu caso e poder curar outras crianças com o mesmo problema que eu. Para mim, a situação era completamente normal. Eu tinha apenas cinco anos. Tudo o que eu estava vivendo (na minha cabeça) parecia ser o que toda criança vivia.
Minha mãe sempre foi muito transparente comigo e contava tudo o que estava acontecendo de uma forma que eu, que tinha agora apenas seis anos, pudesse entender. E não foi diferente quando a minha cirurgia foi marcada. Ela veio até mim e explicou que eu poderia perder um olho no procedimento. E eu respondi: “tudo bem, se eu perder um, ainda tenho o outro”.
E assim começava o meu caminho de cura. Passei por sete cirurgias e hoje estou bem. Com muita determinação de minha mãe pela minha cura, e com todo o cuidado e atenção dos médicos que cuidaram de mim, sobrevivi e venci a doença.
O câncer me tirou da minha casa, mas me levou para outra. O suporte que a Casa Ronald-RJ deu a mim e a minha mãe foi fundamental para todo o período do tratamento pelo qual precisei passar. Eu e minha mãe sempre dizemos que, de uma forma ou de outra, sempre seremos voluntários na casa que o amor construiu.
Depoimento de Gabriel Toledo, 23 anos, estudante de jornalismo.