O dengue é uma arbovirose, cujo vírus, com quatro sorotipos, pertence à família dos Togavirus gênero Flavivirus.
Tem no homem o seu reservatório principal e sua distribuição é universal.
É transmitida através da picada de mosquito.
No Brasil o Aedes aegypti é o único vetor.
A transmissão pelo Aedes albopictus não foi comprovada A doença pode se manifestar de quatro formas: assintomática, doença febril aguda com sintomas inespecíficos, febre do dengue(FD) e febre hemorrágica do dengue(FHD).
A letalidade pode chegar a 50%.
No Brasil a letalidade de 5% é considerada alta e aconteceu em algumas áreas do estado nos casos de FHD.
Contudo, a OMS considera que com medidas de suporte e tratamento adequado a letalidade do dengue deve se manter abaixo de 1%.
É imprescindível que a hipótese de dengue seja levantada diante de qualquer doença exantemática, pois o exantema está presente em cerca de 30% dos casos em crianças. Crianças e lactentes apresentam em geral uma síndrome gripal inespecífica que pode ser acompanhada de um exantema máculo-papular. A FD se manifesta com maior freqüência em crianças maiores e adultos.
A FHD se apresenta de forma indistingüível da FD, com febre alta (que pode persistir até o quinto dia) e dores musculares.
Na FHD podem surgir petéqueas e hepatomegalia, sendo a esplenomegalia rara. Na maioria das vezes a FD e a FHD se manifestam em uma segunda infecção provocada por sorotipo diferente da primoinfecção. Nos casos benignos, os sintomas regridem com a febre.
Nos casos graves, entre o terceiro e o sétimo dia da doença, após a queda da temperatura corporal, aparecem sinais de insuficiência circulatória.
O período de choque dura de 12 a 24 horas.
De uma forma geral os sintomas mais prevalentes na dengue são:
febre, cefaléia, calafrios, tontura, astenia, dor retro ocular, mialgia, artralgia, náuseas, anorexia, prurido e exantema. Diagnóstico – O diagnóstico se baseia no quadro clínico e nos dados epidemiológicos.
Com relação aos exames inespecíficos, o hemograma apresenta leucopenia e linfocitose.
Plaquetopenia(> 100.000) e prova do laço positiva podem estar presentes na FD.
Na FHD, plaquetas menores de 100.000 e um aumento de 20% ou mais do hematócrito apontam para uma deterioração do quadro. O diagnóstico diferencial inclui todas as viroses exantemáticas(especificamente a rubéola), além das meningites virais, febre tifóide, febre amarela, leptospirose, febre maculosa, febre purpúrica do Brasil, meningococcemia, choque séptico e febre de chikingunya.
Em períodos inter-epidêmicos é importante que seja feito o diagnóstico laboratorial Tratamento – O tratamento deve ser feito com a reposição precoce das perdas utilizando:
plasma, albumina, expansores ou soro fisiológico.
Existem controvérsias em relação ao uso de plasma e albumina.
Mesmo em casos sem choque, uma boa oferta de líquidos deve ser considerada.
O uso do ácido acetisalicílico(AAS?, Melhoral?, Dôrico?) como antitérmico deve ser evitado. Profilaxia – Atualmente a prevenção da dengue depende da integração harmônica de três fatores: erradicação dos vetores, controle da imigração – que não é considerada medida de profilaxia pelo Programa Nacional de Controle da Dengue – e vigilância epidemiológica, com ações de educação e informação em saúde.